Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 18: XVIII

Página 246
D. Luís.

- Jesus! E agora a dizer-me adeus! - continuava D. Luís, dizendo adeus também - é mesmo aquele anjo que eu perdi. Fujamos, fujamos destes sítios que tenho medo de enlouquecer.

- E até porque é noite fechada - acrescentou o padre. - Valha-nos Deus!

Depois de longo tracto de caminho andado em silêncio, D. Luís parou, e, levantando os olhos ao céu, exclamou com paixão:

- Que tremendas culpas estou eu expiando, meu Deus! Porque me roubas tudo, para tudo dares àquele homem?! Até a filha! até a suave consolação daquele amor de filha, que eu perdi, até esse ele possui? Que tremendo castigo, Senhor!

Daí até o termo da jornada, na quinta dos Bacelos, não tornou a pronunciar uma só palavra.

Quando lá chegaram, ia a noite adiantada; e já havia desassossego pela demora dos dois.

O padre procurador estava furioso. Dizia ele, completamente desconcertado:

- Uma estafa assim depois de um jantar lauto! Esta gente não tem consciência. Deus queira que não me venha por aí alguma apoplexia! Os filhos são doidos, o pai está pateta, e eu que os ature!

E correu à cozinha a ver se havia alguma coisa quente que o confortasse.

<< Página Anterior

pág. 246 (Capítulo 18)

Página Seguinte >>

Capa do livro Os Fidalgos da Casa Mourisca
Páginas: 519
Página atual: 246

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 18
III 25
IV 42
V 54
VI 62
VII 72
VIII 86
IX 102
X 114
XI 127
XII 137
XIII 145
XIV 155
XV 168
XVI 197
XVII 214
XVIII 233
XIX 247
XX 255
XXI 286
XXII 307
XXIII 317
XXIV 332
XXV 348
XXVI 358
XXVII 374
XXVIII 391
XXIX 401
XXX 414
XXXI 426
XXXII 440
XXXIII 450
XXXIV 462
XXXV 477
XXXVI 484
XXXVII 499
Conclusão 515