E Gabriela dirigiu-se para a sala do almoço, onde Maurício todas as manhãs a precedia.
Encontrou-o na varanda, que deitava para uma ribanceira, como absorvido na contemplação do abundante jorro de água que ali se despenhava por entre fetos vigorosos, cuja rama encobria o fundo do precipício. Os raios do Sol da manhã irisavam a húmida poeira que a água, ao quebrar-se, levantava do abismo.
Gabriela aproximou-se de Maurício sem ser percebida, e depois de o observar alguns momentos pousou-lhe a mão no ombro.
Maurício voltou-se quase sobressaltado. Ao ver a prima sorriu.
- Não a senti chegar.
- Isso vi eu. Que profunda meditação era essa? Queira Deus que não estivesse sentindo a atracção do abismo. Dizem-me que é irresistível; sobretudo para certas organizações.
- Não, os abismos físicos não são os que me atraem.
- O que é o mesmo que dizer que os morais alguma atracção exercem sobre ti.