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Capítulo 29: XXIX

Página 406
mãos robustas a mão magra e aristocrática do senhor da Casa Mourisca, dizendo, com a expansão de entusiástica simpatia que tinha em excesso na alma:

- Pode acreditar, fidalgo, que aperta a mão de um amigo.

D. Luís fez um gesto silencioso de aquiescência.

Tomé da Póvoa, quando saiu da sala, levava nos olhos um brilho denunciador de comoção.

Todas as cenas e acções generosas exerciam nele este efeito.

Berta ficou só com o padrinho. Com aquele instinto de actividade e de ordem natural à índole feminina, entrou imediatamente no exercício de suas funções, dispondo os preparativos para a leve refeição do doente, da qual se encarregara ao encontrar no corredor um criado com a bandeja na mão.

Trabalhando e conversando, Berta tinha já aqueles ares de familiaridade que naturalmente assumem as mulheres no trato da casa que dirigem.

Tomara posse daquele terreno como de domínio seu, e dentro em pouco a influência dos seus cuidados fazia-se já sentir na aparência de ordem e de método que ali dentro vestira tudo.

D. Luís seguia-a com olhos de satisfação. Parecia-lhe que ela só povoava o quarto.

Com que indizível prazer a via tirar dos ombros o xale que trouxera, dobrá-lo e pousá-lo, junto com o chapéu, no sofá próximo do leito, como se estivesse em sua casa?

A presença daquela jovem e gentil rapariga, ocupada na lida doméstica, falando-lhe com meiguice e alegria, adivinhando-lhe e prevenindo-lhe os menores desejos, satisfazia uma tão ardente e tão antiga necessidade do coração daquele homem, que, esquecido quase de seus infortúnios, reputava-se feliz.

Animado por Berta, comeu com mais apetite e falou com uma animação que lhe não era habitual.

- Mas, agora me lembra, Berta - disse D. Luís, como se de repente lhe ocorresse uma ideia -, preciso de dar ordens para a tua acomodação.

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pág. 406 (Capítulo 29)

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Capa do livro Os Fidalgos da Casa Mourisca
Páginas: 519
Página atual: 406

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 18
III 25
IV 42
V 54
VI 62
VII 72
VIII 86
IX 102
X 114
XI 127
XII 137
XIII 145
XIV 155
XV 168
XVI 197
XVII 214
XVIII 233
XIX 247
XX 255
XXI 286
XXII 307
XXIII 317
XXIV 332
XXV 348
XXVI 358
XXVII 374
XXVIII 391
XXIX 401
XXX 414
XXXI 426
XXXII 440
XXXIII 450
XXXIV 462
XXXV 477
XXXVI 484
XXXVII 499
Conclusão 515