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Capítulo 30: XXX

Página 424
Por isso escusado seria talvez saber do segredo de Berta mais do que o que ela te revelou. Crê sob a garantia da sua palavra que esses amores foram apenas uma fantasia da mocidade, que os deveres da vida extinguirão, e resolve.

Clemente permaneceu ainda por muito tempo silencioso.

Jorge pôs-se a passear no quarto.

Afinal o noivo de Berta ergueu-se e disse suspirando:

- Bem, veremos o que pensa minha mãe.

- E que direito tens tu de ires falar a tua mãe nas confidências de Berta? - interpelou-o Jorge, com uma veemência que sobressaltou Clemente.

- Devo confiar em minha mãe, pelo menos tanto quanto confiei no Sr. Jorge. Berta não mo levará a mal.

Jorge reprimiu-se ao responder:

- Decerto que não acho mais justificado o escolheres-me para confidente. Enfim faz o que quiseres, mas... segue principalmente o que te ditar a consciência.

Clemente saiu mais pensativo do que viera.

O desconsolado noivo estranhara Jorge. A maneira por que ele lhe falou fora tão fria e desabrida e de tão difícil explicação, que não podia Clemente atinar com o motivo daquilo. A última reflexão, sobretudo, deixou-o muito sentido. Jorge pusera em dúvida o direito que ele tinha de consultar a sua mãe neste negócio! Pois não era ela a mais natural conselheira que ele tinha no mundo? E não pedia o caso o conselho de pessoa experiente?! Poderia Berta levar-lhe a mal a precaução que tomava principalmente em vista da felicidade dela?

Mas enfim, Jorge dissera-o e Clemente, a seu pesar, começou a sentir escrúpulos.

De feito aquele segredo não era seu, e Berta não o tinha autorizado a revelá-lo. Já em comunicá-lo a Jorge exorbitara.

E no meio destas alternativas de resoluções entrou cabisbaixo e assombrado em casa, e não falou em coisa alguma a sua mãe.

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pág. 424 (Capítulo 30)

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Capa do livro Os Fidalgos da Casa Mourisca
Páginas: 519
Página atual: 424

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 18
III 25
IV 42
V 54
VI 62
VII 72
VIII 86
IX 102
X 114
XI 127
XII 137
XIII 145
XIV 155
XV 168
XVI 197
XVII 214
XVIII 233
XIX 247
XX 255
XXI 286
XXII 307
XXIII 317
XXIV 332
XXV 348
XXVI 358
XXVII 374
XXVIII 391
XXIX 401
XXX 414
XXXI 426
XXXII 440
XXXIII 450
XXXIV 462
XXXV 477
XXXVI 484
XXXVII 499
Conclusão 515