- O que eu quero dizer é que não ponha a boca em Jorge.
- Deixa-me cá. Sabes o que te digo? É que eu não sou mulher de planos. Ao sair de casa para procurar alguém não penso no que lhe hei-de dizer e no que hei-de calar. Quando as palavras me vêm à boca, deixo-as sair e não quero saber de contos. Mas vamos ao almoço, que são horas. Ora o Jorge! o Jorge! para o que lhe havia de dar! E o diacho da rapariga se apanha aquilo! Olha, eu não duvido, porque já há muito tenho para mim que o Tomé nasceu num fole. Ora o diacho! Boa pequena é ela, coitadita, ainda que não andou muito bem contigo não, mas...
A mãe e o filho almoçaram, conversando sempre sobre o assunto, e Clemente tentando combater a resolução que percebia à mãe de cumprir o que anunciara.
Ana do Vedor, depois do almoço, deu as suas ordens e saiu.
Ela falara verdade: ao sair não formara plano de conduta, mas instintivamente dirigiu-se para a Herdade.
O caso de Jorge não lhe saía da ideia.