Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 32: XXXII

Página 448
Nada, não, era melhor deixar aquele rapaz, que é a pérola dos rapazes, aquele rapaz que eu criei e que há de ser, e já é, a honra da família. Pois sim, não que eu sou mesmo mulher para o deixar morrer assim.

- Havia de valer-lhe bem. O fidalgo está mesmo agora à espera dos seus conselhos.

- Não estará, mas olha que, duro como é, já não era a primeira vez que eu me avinha com ele e sem ele levar a melhor. No tempo da senhora, que era um anjo, Deus a chame lá, ainda mais força de génio tinha ele e fazia-a chorar sangue e água pelo muito que lhe perseguia o irmão. A pobre criatura doente, e ele sem querer que ela recebesse as cartas que o irmão lhe escrevia, nem lhe deixar saber notícias dele. Eu, um dia, dei com o fidalgo no corredor e disse-lhe: «ó Sr. D. Luís, olhe que V. Ex.ª anda a fazer com que se rale de remorsos toda a sua vida, por deixar morrer a senhora assim a estalar de saudades e aflições. Veja bem V. Ex.ª que estas coisas pagam-se». Foi mesmo assim. E cuidas lá que ele se enfureceu? Qual! Calou-se muito caladinho, e daí por diante a senhora teve notícias amiudadas, e até o jardineiro mais tarde foi para casa e ainda lá está. Então já vês...

- Pois sim, mas o caso agora é mais difícil.

- Deixa-o ser; mas também o homem está mais quebrado.

- Tenha cuidado, minha mãe. Olhe lá não vá fazer alguma das suas.

- Alguma das minhas! Eu lá vejo quem é que te dá melhores conselhos do que eu. Alguma das minhas! Olha agora! Sabes tu que mais? Vou já daqui falar com o Tomé.

- Não lhe diga nada disto.

- Ora não querem ver a bonita cabeça que tem este rapaz? Está o casamento tratado, resolve agora não casar e nada de falar nisto ao pai da rapariga. Sim, que o Tomé é mesmo homem com quem se brinque e que se contente com meias razões.

<< Página Anterior

pág. 448 (Capítulo 32)

Página Seguinte >>

Capa do livro Os Fidalgos da Casa Mourisca
Páginas: 519
Página atual: 448

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 18
III 25
IV 42
V 54
VI 62
VII 72
VIII 86
IX 102
X 114
XI 127
XII 137
XIII 145
XIV 155
XV 168
XVI 197
XVII 214
XVIII 233
XIX 247
XX 255
XXI 286
XXII 307
XXIII 317
XXIV 332
XXV 348
XXVI 358
XXVII 374
XXVIII 391
XXIX 401
XXX 414
XXXI 426
XXXII 440
XXXIII 450
XXXIV 462
XXXV 477
XXXVI 484
XXXVII 499
Conclusão 515