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Capítulo 38: Conclusão

Página 516
exaltavam-se as virtudes do seu carácter varonil, e a pouco e pouco o espírito da lenda tomou posse desta individualidade e deu-lhe o prestigioso colorido que assegura a imortalidade na tradição popular.

Restaurada a Casa Mourisca e satisfeita a dívida do Tomé, D. Luís a quem os assíduos cuidados de Berta tinham feito vencer a moléstia que o prostrara, voltou ao seu solar com solenidade correspondente àquela com que o deixara. Os instintos dramáticos do seu carácter de fidalgo assim o exigiam.

Ao regressar à casa, que outra vez podia chamar sua, e encontrando-a sob o aspecto de vida e festa havia tanto tempo perdido, D. Luís comoveu-se profundamente.

A numerosa coorte de criados e jornaleiros que vieram recebê-lo à porta e saudá-lo com entusiasmo fez-lhe recordar tempos passados e as tradições feudais de épocas volvidas, saudosos sempre para seu coração.

Dias depois celebrava-se na capela da casa o casamento de Jorge e de Berta, com mais alegria do que pompa, com mais gala de sentimento do que de festa.

A baronesa e Maurício vieram à aldeia para assistirem à solenidade e demoraram-se ainda algumas semanas nela.

A boa Luísa desfazia-se em lágrimas de júbilo. Tomé da Póvoa a custo podia reprimir o contentamento que lhe transbordava do coração. Os esforços de Gabriela haviam conseguido que o contrato do casamento se redigisse de modo que o pai e o noivo, fazendo cada um de seu lado meias concessões, não ficassem humilhados por ele.

A fidalguia da província torceu o nariz à aliança, e absteve-se de tomar conhecimento do facto, que também lhe não foi participado.

Com a tácita censura dessa parentela aumentou a irritação e despeito de D. Luís, e, impelido a reagir, deu mais um passo no terreno dos princípios democráticos.

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pág. 516 (Capítulo 38)

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Capa do livro Os Fidalgos da Casa Mourisca
Páginas: 519
Página atual: 516

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 18
III 25
IV 42
V 54
VI 62
VII 72
VIII 86
IX 102
X 114
XI 127
XII 137
XIII 145
XIV 155
XV 168
XVI 197
XVII 214
XVIII 233
XIX 247
XX 255
XXI 286
XXII 307
XXIII 317
XXIV 332
XXV 348
XXVI 358
XXVII 374
XXVIII 391
XXIX 401
XXX 414
XXXI 426
XXXII 440
XXXIII 450
XXXIV 462
XXXV 477
XXXVI 484
XXXVII 499
Conclusão 515