Ilíada - Cap. 26: Capítulo 26 Pág. 128 / 178

Sentou-se depois de ter falado e os gregos, através de gritos de aprovação as suas palavras, demonstraram a alegria que sentiam pelo seu regresso à luta. Quando por fim o tumulto cessou, Agamémnon, sem sair do seu lugar, disse:

— Meus amigos e prezados guerreiros — afirmou ele —, por várias vezes me culpastes por ter brigado com Aquiles e por tudo o que essa briga nos causou, mas as coisas sucederam por vontade dos deuses e eu não tenho culpa. Os deuses dão aos mortais aquilo que desejam. Se agi insensatamente, também os deuses, às vezes, o fazem. No entanto, apesar de não merecer a culpa, retratar-me-ei perante ti, Aquiles. Enviarei imediatamente para os teus barcos as oferendas que, através de Ulisses, te prometi há dois dias atrás.

— Manda-me os presentes ou não, como queiras, pois isso não me interessa agora. Não é hora de tratarmos de frivolidades. Há algo importante que preciso realizar imediatamente. Portanto, ordena aos gregos que se armem para partirmos para a batalha.

Agamémnon revelou na fisionomia que não lhe agradara o pouco respeito com que Aquiles recebera a sua oh erra; mas Ulisses ergueu-se logo a seguir e, sorrindo, disse:

— Aquiles, tem mais um pouco de paciência. Não queres, com certeza, que os gregos partam já para a luta. Deixa-nos retomar o animo e coragem, comendo e bebendo bem. Aquele que está bem alimentado luta sempre melhor. E, enquanto a nossa refeição está a ser preparada, deixa que o nosso chefe Agamémnon te traga os presentes que te prometeu, para que todos os vejam. Recebe de boa vontade esses presentes e aceita a homenagem de Agamémnon, para que o fim da discórdia seja presenciado por todos.





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