— Ah! Entre todos os imortais não há ninguém — respondeu ele dá onde estava — a quem eu tanto estime e venere como a Tétis, a deusa dos pés prateados! Foi ela quem me salvou, escondendo-me numa das grutas do oceano, quando a minha mãe, a divina Juno, quis precipitar-me do Olimpo por eu ter nascido coxo. Por isso nada lhe posso recusar. Prepara-lhe um banquete enquanto eu arrumo a oficina.
Guardou as ferramentas, limpou o suor do rosto e veio ao encontro de Tétis. Sentando-se perto dela, disse-lhe:
— Tétis, que muito venero, diz-me o que desejas e tudo farei para servir-te desde que esteja ao meu alcance.
Narrou-lhe a deusa tudo que se havia passado com o seu filho a partir da briga com Agamémnon. Contou-lhe a morte de Pátroclo e como Aquiles ficara privado de suas armas. Depois, acrescentou:
— E foi por isso que aqui vim: para suplicar-te de joelhos que fabriques para o meu filho armas excelentes com que ele possa vingar a morte do seu amigo.
Vulcano respondeu-lhe, prontamente:
— Não te aflijas, Tétis. Hei-de fabricar uma armadura tão extraordinária que espantará todos os homens que a virem. Farei o capacete, o escudo e a lança de acordo com o herói a quem se destinam. Ah! Pudesse eu afastar de teu filho o destino cruel que o persegue!
Então, o deus voltou para a sua forja e pôs mãos à obra. Primeiro, atirou ao fogo uma boa quantidade de bronze, cobre, ouro e prata.