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Capítulo 26: XXVI

Página 359

Um novo incidente, em que tomaram parte os fidalgos do Cruzeiro, principais fautores de todos os atentados no concelho, acabou de decidi-lo.

Vimos em um dos capítulos precedentes que eles protegiam muito às escâncaras a fuga de um refractário ao serviço militar, facto que sobremaneira irritara Clemente, o qual chegou a tentar pôr em prática as medidas extremas que a lei lhe permitia. Encontrou, porém, na autoridade administrativa, que afagou a influência eleitoral dos fidalgos, frouxo apoio, e o refractário conseguiu escapula.

Logo depois de realizada a fuga, Clemente, que a atribuía sobretudo à falta de energia do seu chefe, recebeu deste um ofício censurando-o asperamente pela débil vigilância que tivera no caso e admoestando-o para ser de futuro mais activo e inteligente.

Esta duplicidade indignou o ingénuo rapaz, que resistiu a custo à tentação de ir dizer ao administrador algumas amargas verdades.

Dias depois houve um serão em casa de um lavrador da freguesia, e Clemente recebeu aviso de que os manos do Cruzeiro premeditavam para essa noite umas vinganças contra uns serandeiros com quem mantinham uma rixa antiga.

O regedor, não só por dever do cargo, como pelo desculpável desejo de dar uma severa lição a esses incorrigíveis, causa principal dos seus desgostos, tomou providências, reuniu os cabos e rondou as proximidades da casa do serão.

A precaução policial foi útil, porque evitou alguma desgraça séria. Pela meia-noite os dois irmãos do Cruzeiro saíram ao caminho a um camponês, que recolhia do serão, e atacaram-no com ímpeto que não denunciava um propósito inocente.

O regedor caiu porém sobre eles, e a muito custo conseguiu capturá-los, jurando que somente os soltaria à ordem expressa da autoridade superior.

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pág. 359 (Capítulo 26)

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Capa do livro Os Fidalgos da Casa Mourisca
Páginas: 519
Página atual: 359

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 18
III 25
IV 42
V 54
VI 62
VII 72
VIII 86
IX 102
X 114
XI 127
XII 137
XIII 145
XIV 155
XV 168
XVI 197
XVII 214
XVIII 233
XIX 247
XX 255
XXI 286
XXII 307
XXIII 317
XXIV 332
XXV 348
XXVI 358
XXVII 374
XXVIII 391
XXIX 401
XXX 414
XXXI 426
XXXII 440
XXXIII 450
XXXIV 462
XXXV 477
XXXVI 484
XXXVII 499
Conclusão 515