Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 9: IX

Página 109
Um ar tão delicado, umas maneiras tão distintas, tão de cidade!…

- Olha se te deixas apaixonar por ela; anda lá! - continuou Jorge, ainda no mesmo tom.

- Não seria prova de mau gosto, afianço-te. Que superioridade, comparada a todas as nossas primas destes arredores! O que é a educação!

Jorge encolheu os ombros, dizendo com certo modo irritado:

- Provavelmente não produzirá em mim os mesmos efeitos. Tenho a certeza de que hei-de sentir saudades, ao vê-la, da Berta que conheci pequena.

- Não duvido, porque és bastante filósofo para isso. Eu por mim confesso-te que, na idade em que estou, e apesar de toda a simpatia que tenho por crianças, não me sinto com disposições para repetir as palavras de Cristo a respeito delas. Eu prefiro que se cheguem para mim…as grandes.

- Em vez da criança alegre e inocente, - prosseguiu Jorge com acrimónia - da criança que brincava connosco e com a nossa Beatriz, preferes encontrar a colegial, com o espírito voltado todo para a moda, com um pouco de geografia e de história na cabeça e deixando cair da boca, quando fala, palavras francesas, como deitava pedras preciosas a heroína daqueles contos que nos ensinavam em pequenos. E é isto o que te encanta?… Pois olha, eu até já não gosto de ver aberta aquela janela a estas horas. Sabe-me aquilo a romanticismo, e é nas raparigas uma doença impertinente, insuportável.

E Jorge retirou-se da janela com um mau humor difícil de explicar.

- Ora! se o facto de uma janela aberta de noite fosse indício do crime que dizes, até tu, o homem menos capaz de cometê-lo que eu conheço, poderias ser também acusado. Enganas-te; Berta é realmente adorável. Verás. As mulheres, Jorge, têm isso consigo. Amoldam-se muito mais depressa aos hábitos de elegância do que os homens.

<< Página Anterior

pág. 109 (Capítulo 9)

Página Seguinte >>

Capa do livro Os Fidalgos da Casa Mourisca
Páginas: 519
Página atual: 109

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 18
III 25
IV 42
V 54
VI 62
VII 72
VIII 86
IX 102
X 114
XI 127
XII 137
XIII 145
XIV 155
XV 168
XVI 197
XVII 214
XVIII 233
XIX 247
XX 255
XXI 286
XXII 307
XXIII 317
XXIV 332
XXV 348
XXVI 358
XXVII 374
XXVIII 391
XXIX 401
XXX 414
XXXI 426
XXXII 440
XXXIII 450
XXXIV 462
XXXV 477
XXXVI 484
XXXVII 499
Conclusão 515