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Capítulo 15: XV

Página 191

- Vocês bem sabem o génio dele.

- Ai sabemos. Pois nós bem sabemos... o génio dele. Ah! Ah!...

E os risos redobravam.

Mas a noite chegara enfim e encerraram-se cada vez mais as sombras sobre os caminhos do campo. Maurício pôde finalmente acompanhar os primos ao lugar da espia.

Dirigiram-se ali por sítios menos frequentados, e sem soltarem uma palavra.

Maurício, a seu pesar, sentia-se dominado por uma comoção profunda. Não era só despeito, era já uma nascente de repugnância pelo acto que praticava. Envergonhava-se daquele furtivo mister de espião.

Chegados ao local, o padre escolheu a posição de maneira que pudessem ver sem serem vistos.

Por muito tempo nada descobriram; nem ouviram mais algum som além do melancólico gemer dos sapos, a distância.

Maurício, entre impaciente e satisfeito pelo resultado nulo da espionagem, principiava a dirigir aos primos alguns ditos epigramáticos, quando a mão do doutor lhe tapou a boca, ao mesmo tempo que o padre se voltava para lhe recomendar silêncio.

Efectivamente, encostado ao muro da Herdade, caminhava um homem, que a sombra da noite não deixava conhecer.

Chegando à porta, que devia estar apenas cerrada, empurrou-a e fechou-a de novo sem fazer ruído.

Maurício quis correr atrás daquele homem. Retiveram-no os primos.

- Espera, pateta! Deixa-o sair, que eu te prometo que havemos de conhecê-lo.

- Que diabo queres tu fazer, maluco? Não vês que espantas a caça?

- Hei-de ver quem ele é!

- Pois sim, mas para isso é preciso prudência.

- A porta ficou aberta. Eu vou...

- Vais aonde? Ora tem juízo. À saída pilhamo-lo.

Maurício, porém, insistiu e os primos condescenderam em passar um cauteloso exame à entrada por onde o vulto desaparecera.

Reprimindo a custo os ímpetos de Maurício, o padre dirigiu a exploração, e mui de mansinho entreabriu a porta e entraram no pátio da casa; perto ficava a escada por onde se subia para as salas.

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pág. 191 (Capítulo 15)

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Capa do livro Os Fidalgos da Casa Mourisca
Páginas: 519
Página atual: 191

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 18
III 25
IV 42
V 54
VI 62
VII 72
VIII 86
IX 102
X 114
XI 127
XII 137
XIII 145
XIV 155
XV 168
XVI 197
XVII 214
XVIII 233
XIX 247
XX 255
XXI 286
XXII 307
XXIII 317
XXIV 332
XXV 348
XXVI 358
XXVII 374
XXVIII 391
XXIX 401
XXX 414
XXXI 426
XXXII 440
XXXIII 450
XXXIV 462
XXXV 477
XXXVI 484
XXXVII 499
Conclusão 515