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Capítulo 15: XV

Página 193
.. ele é Jorge!

Os primos soltaram uma risada.

Jorge, que o leitor já tinha reconhecido, vendo enfim quem eram os seus supostos agressores deixou outra vez cair a manta sobre os ombros e perguntou em tom de leve despeito:

- Então que brincadeira é esta?

- Não é nada, primo Jorge, - respondeu o doutor - quisemos apenas verificar uma suspeita.

- Uma suspeita?!

- Vamos, perdoa-nos a indiscrição, mas bem vês que há poucos prazeres para uns pecadoraços como nós iguais ao que nos causa o ver cair um santo nas mesmas fraquezas de que nos acusam.

Isto disse o padre; o doutor acrescentou:

- O que te pedimos de hoje em diante é menos severidade nos teus juízos e mais indulgência para as misérias dos humanos.

Jorge principiou a irritar-se com as palavras dos primos; voltando-se para Maurício, disse-lhe com certa rispidez e quase tremendo de indignação:

- Tu, que estás mais habituado do que eu a lidar com estes senhores, não me saberás explicar estes ditos, que não percebo, e ao mesmo tempo a significação da tua presença aqui, a tolher-me os passos, como um ladrão nocturno?

O silêncio de Maurício significava também muita indignação e cólera concentrada.

A presença de Jorge naquele lugar somente a podia explicar aceitando a hipótese maligna dos do Cruzeiro; e na recordação da conversa que tivera com o irmão a respeito da filha de Tomé via agora um excesso de dissimulação e hipocrisia, que o revoltavam tanto mais veementemente quanto maior era o respeito que até ali lhe mereceu o carácter de Jorge.

Por isso a severa interpelação deste fez rebentar em explosão aquela cólera mal reprimida.

- Escusas de te armares com os teus costumados ares de juiz e de censor, Jorge, - exclamou Maurício indignado - bem vês que, desde este momento, perdeste para mim todo o prestígio e toda a autoridade moral.

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pág. 193 (Capítulo 15)

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Capa do livro Os Fidalgos da Casa Mourisca
Páginas: 519
Página atual: 193

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 18
III 25
IV 42
V 54
VI 62
VII 72
VIII 86
IX 102
X 114
XI 127
XII 137
XIII 145
XIV 155
XV 168
XVI 197
XVII 214
XVIII 233
XIX 247
XX 255
XXI 286
XXII 307
XXIII 317
XXIV 332
XXV 348
XXVI 358
XXVII 374
XXVIII 391
XXIX 401
XXX 414
XXXI 426
XXXII 440
XXXIII 450
XXXIV 462
XXXV 477
XXXVI 484
XXXVII 499
Conclusão 515