Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 17: XVII

Página 223

- Foi Almeida Garrett - respondeu esta, sorrindo, como quem suspeitava que não ficaria satisfeita a curiosidade da interrogante.

Efectivamente a história literária de Portugal parara para ela em José Agostinho de Macedo.

- Almeida Garrett!! - repetiu um dos mais intratáveis realistas presentes, que ouvira a resposta. - Eu conheci um desse nome, que era secretário ou coisa assim do duque de Palmela naqueles bons governos do Porto em 1834, isso era um liberalengo dos quatro costados.

Na linguagem pitoresca deste sujeito, a palavra liberalengo era a mais eloquente expressão com que S. Ex.a conseguia traduzir todo o desprezo que lhe mereciam as ideias e os homens de 1820 e 1832.

- E perdeu-o de vista depois? - inquiriu Gabriela com leve ironia.

- Sim, perdi. Eu conheci-o por acaso.

- Então não o conheceu orador no parlamento, ministro, poeta, prosador e chefe de uma revolução literária?

O fidalgo abriu os olhos, prolongou os lábios e sacudiu a cabeça, dizendo:

- Olhe, prima; eu, a respeito de parlamento… temos conversado; não sei se me entende. De ministros também não quero saber, porque tenho receio de que me digam que nos governa o filho do sapateiro. Agora a respeito de poetas… se quer também que lhe diga, eu nunca tive queda para sonetos. Lá chefe de revolução estou convencido de que ele seria, porque para guerrilheiro estava talhado.

A baronesa deu muita razão a este seu primo e foi para um grupo de raparigas, que passaram a interrogá-la sobre a última moda do talhe dos vestidos.

Anunciou-se enfim o jantar. Houve geral reboliço na sala, e a companhia seguiu mais ou menos anarquicamente para o banquete.

Frei Januário tinha meditado maduramente a ordem de colocação de diversos convivas, segundo as regras da etiqueta, em que ele era mestre.

<< Página Anterior

pág. 223 (Capítulo 17)

Página Seguinte >>

Capa do livro Os Fidalgos da Casa Mourisca
Páginas: 519
Página atual: 223

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 18
III 25
IV 42
V 54
VI 62
VII 72
VIII 86
IX 102
X 114
XI 127
XII 137
XIII 145
XIV 155
XV 168
XVI 197
XVII 214
XVIII 233
XIX 247
XX 255
XXI 286
XXII 307
XXIII 317
XXIV 332
XXV 348
XXVI 358
XXVII 374
XXVIII 391
XXIX 401
XXX 414
XXXI 426
XXXII 440
XXXIII 450
XXXIV 462
XXXV 477
XXXVI 484
XXXVII 499
Conclusão 515