Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 17: XVII

Página 224
E como neste ponto ninguém lhe contrariasse os planos, havia-se saído muito à sua vontade da tarefa.

Assumindo pois as funções de mestre-de-cerimónias, começou a designar a cada convidado o lugar que lhe competia.

Infelizmente, porém, nem todos foram dóceis às indicações do padre, e sobretudo os rapazes, que, sem lhe darem atenção, iam sentar-se onde muito bem queriam, e ao pé quase sempre de alguma prima, que não desgostava da vizinhança.

Isto transtornou completamente os estudos do padre, que tivera mais que tudo em vista a separação dos sexos e das idades; mas debalde protestou contra a anarquia que invadira a mesa.

Quem, porém, acabou por o perturbar foi D. Luís, quando do alto da mesa, e com a hospitaleira cordialidade que conseguiu afectar, exclamou:

- Queiram sentar-se à vontade. É bom que os velhos se misturem com os moços para temperar os ardores da juventude com a prudência dos anos. Outras desigualdades não há aqui a entender.

Esta última parte fez torcer o nariz a um ou outro fidalgo que tinha motivos para se supor mais preclaro do que os primos, mas não houve protesto formulado, e todos obedeceram ao convite do dono da casa.

O padre esteve em risco de perder o apetite.

Valeu-lhe, porém, a judiciosa reflexão que lhe fez ao ouvido o colega, dizendo:

- Sentemo-nos, que bom lugar é todo aquele onde se come bem.

Jorge ficou aos pés da mesa e portanto fronteiro ao pai.

Os primos do Cruzeiro, um de cada lado da mesa e perto da cabeceira, continuavam a sorrir provocadoramente e a fazer rir os outros.

Ao passar perto de Jorge, para tomar lugar, a baronesa murmurou-lhe:

- Fala-se muito de ti, Jorge.

Jorge fez um sinal de quem estava informado do facto, e respondeu, sorrindo de uma maneira especial:

- Talvez se fale mais e mais alto daqui a pouco.

<< Página Anterior

pág. 224 (Capítulo 17)

Página Seguinte >>

Capa do livro Os Fidalgos da Casa Mourisca
Páginas: 519
Página atual: 224

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 18
III 25
IV 42
V 54
VI 62
VII 72
VIII 86
IX 102
X 114
XI 127
XII 137
XIII 145
XIV 155
XV 168
XVI 197
XVII 214
XVIII 233
XIX 247
XX 255
XXI 286
XXII 307
XXIII 317
XXIV 332
XXV 348
XXVI 358
XXVII 374
XXVIII 391
XXIX 401
XXX 414
XXXI 426
XXXII 440
XXXIII 450
XXXIV 462
XXXV 477
XXXVI 484
XXXVII 499
Conclusão 515