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Capítulo 3: III

Página 30

E de caminho ia-lhe comentando tudo que viam: narrou como alporcara uns pessegueiros, o resultado que tirara do enxoframento das vinhas, a quantidade de fruta que o laranjal lhe produzira, quanto despendera na construção do lagar, as dificuldades que encontrou na abertura da nora, o que fizera pouco produtiva aquele ano a cultura do trigo, os cuidados que lhe mereceram os meloais, e mil outras coisas relativas ao amanho das suas terras, das quais nem um só palmo se poderia encontrar onde as plantas nocivas usurpassem os lugares das proveitosas.

Jorge escutou-o com uma atenção e interesse que estavam causando grande estranheza a Tomé, pouco acostumado a ver as pessoas da categoria de Jorge, e da idade dele ainda menos, interrogarem-no com tanta curiosidade e ouvirem-no com tanta sisudez sobre objectos de lavoura.

E as perguntas do jovem fidalgo não eram vagas e ociosas como essas que por condescendência se fazem, para lisonjear a vaidade natural de um proprietário. Havia nelas uma precisão, uma minuciosidade; acompanhavam-nas reflexões tão acertadas, dúvidas tão racionais, que Tomé não podia iludir-se, e via bem que o descendente dos nobres Negrões de Vilar de Corvos o interrogava com desejo de saber.

Esta convicção entusiasmava Tomé, que prosseguia com ardor as suas informações.

Jorge quis saber aproximadamente o custeio necessário para manter uma propriedade como aquela no ponto de cultura em que estava, e o capital exigido para a elevar a esse grau de florescência.

Tomé era forte na especialidade dos orçamentos; por isso deu com a melhor vontade a Jorge as informações que este lhe pedia.

Afinal Jorge, depois de um mais longo intervalo de silêncio, que terminou por um suspiro, disse, como a medo, e desviando

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pág. 30 (Capítulo 3)

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Capa do livro Os Fidalgos da Casa Mourisca
Páginas: 519
Página atual: 30

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 18
III 25
IV 42
V 54
VI 62
VII 72
VIII 86
IX 102
X 114
XI 127
XII 137
XIII 145
XIV 155
XV 168
XVI 197
XVII 214
XVIII 233
XIX 247
XX 255
XXI 286
XXII 307
XXIII 317
XXIV 332
XXV 348
XXVI 358
XXVII 374
XXVIII 391
XXIX 401
XXX 414
XXXI 426
XXXII 440
XXXIII 450
XXXIV 462
XXXV 477
XXXVI 484
XXXVII 499
Conclusão 515