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Capítulo 31: XXXI

Página 435
Para que vens pedir-me conselho, se formaste o propósito de não o escutares? Anda lá, faz a tua vontade, e Deus queira que não te arrependas, quando já não for tempo. Tu não necessitas do meu consentimento, faz o que quiseres.

E D. Luís encostou-se à mesa com gesto e movimentos de amuado.

- Porém, meu padrinho - insistiu Berta, poisando-lhe as mãos no ombro com a doce familiaridade de filha -, não era esse consentimento de má vontade que eu lhe pedia; esse não me trará felicidade, bem vê.

- Queres talvez forçar-me a dizer que aprovo um casamento contra o qual se revolta a consciência? É boa!

- Mas pense bem e talvez que a sua consciência não ache motivos para revoltar-se.

- Sabes que mais? Dizes que amas esse homem, que sentes por ele uma inclinação irresistível, e então entenderei a tua insistência.

- Não digo, porque não diria a verdade.

- Mas então onde está essa necessidade de casamento?

Berta sentiu que devia falar com toda a gravidade ao padrinho para convencê-lo.

- Olhe, Sr. D. Luís - disse ela -, eu vou informá-lo de todo o meu pensamento, e dirá depois se tenho razão. A educação que meu pai me deu não me cegou a ponto de iludir-me a respeito do meu futuro e do destino que me está reservado. O exemplo de minha mãe, que tem sabido em toda a sua vida ser a companheira fiel de um homem de trabalho e tem compreendido que a sua missão era aquela, a de fazer-lhe esquecer em casa os desgostos de fora e dar-lhe forças para continuar a sua tarefa, este exemplo nunca o perdi de vista; entendi sempre que terá de ser esse o meu papel neste mundo, e nem me envergonhei nem me temi nunca dele. Senti em mim forças para aceitá-lo e para cumpri-lo.

- Mas nem só os homens de trabalho material e grosseiro são os que precisam desse conforto da casa e da família.

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pág. 435 (Capítulo 31)

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Capa do livro Os Fidalgos da Casa Mourisca
Páginas: 519
Página atual: 435

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 18
III 25
IV 42
V 54
VI 62
VII 72
VIII 86
IX 102
X 114
XI 127
XII 137
XIII 145
XIV 155
XV 168
XVI 197
XVII 214
XVIII 233
XIX 247
XX 255
XXI 286
XXII 307
XXIII 317
XXIV 332
XXV 348
XXVI 358
XXVII 374
XXVIII 391
XXIX 401
XXX 414
XXXI 426
XXXII 440
XXXIII 450
XXXIV 462
XXXV 477
XXXVI 484
XXXVII 499
Conclusão 515