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Capítulo 32: XXXII

Página 446
Fizeste muito bem, e está acabado.

- Não disse, não senhora, não lhe disse isso logo.

- Não? Pois isso é que eu não esperava de ti.

- Pedi-lhe tempo para pensar. Eu o que queria era saber quem era o tal, para ver se de facto o casamento seria impossível, porque, se visse que o era, casava eu, isso casava. O que não queria era vir a ser tropeço algum dia.

- E daí?

- E daí tanto pensei, tanto parafusei, que esta noite dei com a história.

- Então? Algum janotinha da cidade?

- Sabe o que lhe digo, minha mãe, é que o caso é bastante sério; e agora o que me dá cuidado não é o meu casamento, que esse já eu sei que se não faz; o que me dá cuidado são eles.

- Eles quem?

- A Berta e o rapaz de quem ela gosta e que é... Sabe quem? O filho mais velho do fidalgo, Jorge.

A Ana do Vedor empurrou o ombro do filho e fez um gesto que, combinado àquele movimento exprimia a mais radicada dúvida.

- Vai-te daí! Olha agora o disparate! Ora, ora...

- Creia que é verdade.

- Pois a tola da rapariga.... meter-se-lhe-ia em cabeça?...

- Não se lhe meteu em cabeça coisa nenhuma. Gosta dele, mas sem esperança, e tanto que não hesita em casar com outro. Mas o pior é que Jorge ainda gosta dela talvez. E Deus queira que isso não venha a dar cabo dele.

- O quê? a dar cabo dele?

- Pois se vossemecê o visse! É olhar-lhe para a cara e diz-se logo: este rapaz tem coisa que o rói lá por dentro. Eu não suspeitava o que fosse, mas agora que pensei...

- Mas como é que tu vieste a saber isso?

Clemente contou à mãe as entrevistas que tivera com Jorge, e a maneira estranha por que ele o recebera, a irritação com que o ouvira falar em Berta, a singularidade das reflexões que lhe fez e dos conselhos que lhe deu, e a Ana do Vedor acabou por convencer-se de que o filho acertara.

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pág. 446 (Capítulo 32)

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Capa do livro Os Fidalgos da Casa Mourisca
Páginas: 519
Página atual: 446

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 18
III 25
IV 42
V 54
VI 62
VII 72
VIII 86
IX 102
X 114
XI 127
XII 137
XIII 145
XIV 155
XV 168
XVI 197
XVII 214
XVIII 233
XIX 247
XX 255
XXI 286
XXII 307
XXIII 317
XXIV 332
XXV 348
XXVI 358
XXVII 374
XXVIII 391
XXIX 401
XXX 414
XXXI 426
XXXII 440
XXXIII 450
XXXIV 462
XXXV 477
XXXVI 484
XXXVII 499
Conclusão 515