Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 36: XXXVI

Página 486

Jorge comunicou-lhe a boa nova que recebera de se haver vencido a mais antiga e a mais importante demanda que sustentavam.

Na palidez das faces do doente passou um instantâneo rubor. Os lábios agitaram-se-lhe, e baixo, muito baixo, que mal o pôde ouvir o filho murmurou:

- Será chegado o termo desta longa provação?

Depois recaiu no torpor em que passara a noite e não disse mais palavra alguma.

Jorge, vendo-o a dormir, correu-lhe as cortinas do leito, diminuiu a claridade do aposento e, entregando-o à vigilância do padre, retirou-se ao escritório para trabalhar nos negócios da casa.

Todo esse dia e a noite que se lhe seguiu passaram sem novidade.

Pela madrugada do dia imediato despertou a gente dos Bacelos à chegada de um numeroso cortejo de criados e portadores de bagagens, acompanhando a baronesa e Maurício, noivos de pouco, e que vinham cumprir a promessa da sua visita.

Jorge correu a recebê-los e cingiu nos braços comovido o irmão e a cunhada.

Passados os primeiros momentos absorvidos pelos transportes de alegria, a baronesa e Maurício, reparando mais atentamente para o ar abatido e a palidez de Jorge, fizeram-lho notar com apreensão.

- Pelo que vejo as tuas imprudências continuam, Jorge? - disse a baronesa. - Ajuizado como és, não vês que pelo caminho que segues não podes realizar os teus grandes projectos?

Jorge sorriu, encolhendo os ombros.

- Que quer que lhe faça, Gabriela? A vontade do homem não rege os processos íntimos da sua vida orgânica. Não está na minha mão modificar o andamento dos meus actos nutritivos.

- Mas podes desviar muito bem as causas que os perturbam. O excesso de trabalho...

- Não é isso, Gabriela - acudiu Maurício -, eu sempre conheci em Jorge o hábito de estudar e de trabalhar sem estes efeitos.

<< Página Anterior

pág. 486 (Capítulo 36)

Página Seguinte >>

Capa do livro Os Fidalgos da Casa Mourisca
Páginas: 519
Página atual: 486

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 18
III 25
IV 42
V 54
VI 62
VII 72
VIII 86
IX 102
X 114
XI 127
XII 137
XIII 145
XIV 155
XV 168
XVI 197
XVII 214
XVIII 233
XIX 247
XX 255
XXI 286
XXII 307
XXIII 317
XXIV 332
XXV 348
XXVI 358
XXVII 374
XXVIII 391
XXIX 401
XXX 414
XXXI 426
XXXII 440
XXXIII 450
XXXIV 462
XXXV 477
XXXVI 484
XXXVII 499
Conclusão 515