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Capítulo 36: XXXVI

Página 488

- E querem ver que o tio Luís também soube? É impossível que tudo isto não lhe tenha feito muito mal! Eu nunca vi! Esta gente toda entregue a si parece que porfia em complicar a situação. Maurício, vamos ver teu pai. Deus queira que ainda seja possível remediar o mal feito. Vens, Jorge?

Passados momentos entravam todos três no quarto de D. Luís, onde penetrava apenas a discreta claridade coada pelas cortinas corridas e pelas janelas meio abertas.

Frei Januário, que dormitava ao lado do leito, com o lenço vermelho em uma mão e o breviário na outra, ergueu-se ao ver a baronesa e, depois de cumprimentá-la, dispunha-se a avisar o fidalgo.

Gabriela susteve-o e, avizinhando-se do leito, correu ela própria os panos do cortinado e contemplou o rosto do ancião, que dormia profundamente.

Maurício e Jorge acercaram-se também.

A nobre fisionomia de D. Luís, abatida pelo sofrimento físico e moral, e sobre a qual o sono parecia derramar uma serenidade, como de resignação, impressionou-os a todos.

A baronesa ajoelhou ao lado do velho, e pegando-lhe na mão beijou-a com afecto e respeito.

Maurício ajoelhou também ao lado de sua esposa.

D. Luís acordou um tanto sobressaltado. Deu primeiro com a vista em Jorge e depois, desviando-a, reconheceu a sobrinha e o filho mais novo, e raiou-lhe no semblante, ao vê-los, um clarão de alegria.

- Ó meus filhos! - exclamou ele, solevantando-se no leito e apoiando-se no braço trémulo.

Depois, passando a mão por sobre a cabeça dos noivos, acrescentou:

- Deus vos abençoe, como eu vos abençoo.

E deixou-se cair extenuado sobre o travesseiro.

Gabriela levantou-se para ampará-lo.

- Ai, Gabriela - disse ele, suspirando -, finalmente parece que chegou a hora da liberdade.

- Diga que chegou a hora da ressurreição.

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pág. 488 (Capítulo 36)

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Capa do livro Os Fidalgos da Casa Mourisca
Páginas: 519
Página atual: 488

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 18
III 25
IV 42
V 54
VI 62
VII 72
VIII 86
IX 102
X 114
XI 127
XII 137
XIII 145
XIV 155
XV 168
XVI 197
XVII 214
XVIII 233
XIX 247
XX 255
XXI 286
XXII 307
XXIII 317
XXIV 332
XXV 348
XXVI 358
XXVII 374
XXVIII 391
XXIX 401
XXX 414
XXXI 426
XXXII 440
XXXIII 450
XXXIV 462
XXXV 477
XXXVI 484
XXXVII 499
Conclusão 515