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Capítulo 37: XXXVII

Página 511

- Que desgostos pode recear, Tomé, quando eu lhe peço que me conceda a mão de Berta?

- O Sr. Jorge fala cego pela afeição que sente, e é ela que não o deixa ver o que eu vejo.

- Não seja obstinado, Tomé - disse a baronesa. - Bem vê que donde era mais de esperar a resistência, já ela caiu.

- V. Ex.ª não falaria assim se soubesse tudo. Há dias, Sr.ª baronesa, nesta mesma sala, vendo-me ofendido no meu carácter, suspeitado de tenções que nunca tive, e desesperado por não poder justificar-me, porque de facto tudo se levantava contra mim, fiz um protesto que não posso deixar de cumprir. Se lhe faltasse, eu próprio daria razão a quem me chamasse, frente a frente, intriguista, falso, miserável...

D. Luís atalhou, dizendo:

- Protestou o Tomé da Póvoa que, se o casamento de sua filha com Jorge dependesse do seu consentimento, ele o recusaria, ainda mesmo quando da recusa se seguisse a morte para ambos; e que para o não recusar seria necessário que eu, o pai de Jorge, o senhor da Casa Mourisca, o único, segundo o pensar do mundo, de quem deveria partir a oposição a essa aliança, pedisse a ele, Tomé da Póvoa, como favor, esse consentimento.

Tomé fez um sinal afirmativo, olhando para a baronesa, para Maurício e para Jorge como perguntando-lhes se a tal solene protesto era possível faltar.

- Pois bem - continuou o fidalgo, depois de uma curta pausa, e fechando os olhos, à imitação de quem se prepara a vencer um precipício, cuja vista o faz recuar. - Pois bem, sou eu quem peço a Tomé da Póvoa... como favor... que permita que Berta seja a esposa de meu filho.

E ao acabar de dizer estas palavras tingiram-se-lhe as faces de uma vermelhidão intensa.

Tomé fixou os olhos no rosto do fidalgo e leu naqueles sinais a revelação do esforço gigante que ele fizera para conseguir pronunciar tão nobres e generosas palavras.

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pág. 511 (Capítulo 37)

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Capa do livro Os Fidalgos da Casa Mourisca
Páginas: 519
Página atual: 511

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 18
III 25
IV 42
V 54
VI 62
VII 72
VIII 86
IX 102
X 114
XI 127
XII 137
XIII 145
XIV 155
XV 168
XVI 197
XVII 214
XVIII 233
XIX 247
XX 255
XXI 286
XXII 307
XXIII 317
XXIV 332
XXV 348
XXVI 358
XXVII 374
XXVIII 391
XXIX 401
XXX 414
XXXI 426
XXXII 440
XXXIII 450
XXXIV 462
XXXV 477
XXXVI 484
XXXVII 499
Conclusão 515