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Capítulo 31: XXXI

Página 433

- De quem há-de ser, se sou eu a que peço? - respondeu esta, baixando os seus, e não podendo disfarçar a melancolia que ainda lhe causava aquela ideia.

- Tu?! - exclamou D. Luís sobressaltado, e voltando-se rapidamente. - Tu queres... tu vais casar-te?!

- Sim, Sr. D. Luís, está decidido que isso se faça e eu peço-lhe licença para o fazer.

- Tu casares-te, Berta! - repetia o velho, como se lhe fosse difícil conformar-se com essa ideia - mas… com quem?

- Com o filho de Ana do Vedor, com Clemente.

D. Luís deu um salto na cadeira ao ouvir a resposta e bateu com a mão na banca que tinha diante de si.

- O quê?!... Ora adeus! Tu estás a brincar comigo

- Não, meu padrinho, falo-lhe seriamente.

- Com o Clemente?! Tu casares com o Clemente?

Tu, uma rapariga delicada, de educação, de gosto, de sentimentos elevados, casares-te com um rústico, com um rapaz que quando muito saberá escrever o seu nome! com o filho da Ana, com o Sr. regedor! Isso não tem jeito nenhum. Isso é um disparate de tal ordem!... Quem foi que se lembrou de tal?

- Clemente pediu-me a meu pai...

- E teu pai concedeu? Coisas de Tomé afinal. Mas tu? tu, Berta, tu consentiste?!

- Clemente é um bom rapaz, honrado, amigo do trabalho...

- Ora adeus, amigo do trabalho, honrado, e é isso bastante para que uma rapariga como tu vá sacrificar o seu futuro e ligar a sua existência à de um homem que não pode servir-lhe de boa companhia?!

- E porque não pode, meu padrinho? Ele é bom e delicado, dizem.

- Oh! que grandes delicadezas as de Clemente! Nem tu sabes o que vais fazer, Berta. Pois deveras o coração aprova essa escolha?

- Não Sr. D. Luís, não é que o coração ma peça, porém...

- Então quem te obriga? Por acaso teu pai violenta-te?

- Também não; mas o padrinho sabe que nem sempre o coração é bom conselheiro.

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pág. 433 (Capítulo 31)

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Capa do livro Os Fidalgos da Casa Mourisca
Páginas: 519
Página atual: 433

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 18
III 25
IV 42
V 54
VI 62
VII 72
VIII 86
IX 102
X 114
XI 127
XII 137
XIII 145
XIV 155
XV 168
XVI 197
XVII 214
XVIII 233
XIX 247
XX 255
XXI 286
XXII 307
XXIII 317
XXIV 332
XXV 348
XXVI 358
XXVII 374
XXVIII 391
XXIX 401
XXX 414
XXXI 426
XXXII 440
XXXIII 450
XXXIV 462
XXXV 477
XXXVI 484
XXXVII 499
Conclusão 515