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Capítulo 4: IV

Página 44
É preciso que V. Ex.ª dê as providências, quando não…

D. Luís, tomando menos a peito do que o capelão os destinos do jantar e da sopa, e fiel ao hábito de nunca falar, nem em mal nem em bem, do hortelão, não respondeu e prosseguiu a leitura das folhas.

Daí a pouco referiu ao padre a notícia que tinha lido do desastre sucedido a uma diligência ao passar em uma ponte que na ocasião abatera, resultando muitas vítimas.

A indignação do padre exaltou-se.

- Pois se esta gente que nos governa deixa as estradas e pontes em abandono um desses! Vejam que tempos os nossos! E que governos, que não se importam com a vida dos cidadãos! Em que país do mundo se vêem estradas assim arruinadas como as nossas? São os bens que nos trouxeram os homens da Carta! Isto é bonito!

E o padre Januário continuou ainda por algum tempo a condenar, pelo crime de desleixo e falta de protecção à viação pública, os mesmos governos que, momentos antes, acusara de conceder para esse fim subsídios e de lhe dar importância demasiada.

A política de frei Januário é vulgar na nossa terra.

D. Luís, tendo concluído a leitura da folha, pô-la de lado e resumiu a série de pensamentos que essa leitura lhe sugerira na seguinte e contraída síntese:

- Isto vai cada vez melhor, frei Januário.

- Isto vai bonito, não tem dúvida nenhuma - secundou o padre.

- O pior é o futuro - tornou o fidalgo, assombrado.

- Ai, o futuro há-de ser fresco! - repetiu o procurador, fungando uma pitada.

- Enfim, quem viver verá aonde isto vai parar, onde nos leva esta torrente.

- E não é preciso viver muito. Mais dia menos dia temos aí os espanhóis, ou então passamos a ser ingleses. Não há que ver; da maneira por que vão as coisas…

- Ai, pobre Portugal! - exclamou melancolicamente D.

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Capa do livro Os Fidalgos da Casa Mourisca
Páginas: 519
Página atual: 44

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 18
III 25
IV 42
V 54
VI 62
VII 72
VIII 86
IX 102
X 114
XI 127
XII 137
XIII 145
XIV 155
XV 168
XVI 197
XVII 214
XVIII 233
XIX 247
XX 255
XXI 286
XXII 307
XXIII 317
XXIV 332
XXV 348
XXVI 358
XXVII 374
XXVIII 391
XXIX 401
XXX 414
XXXI 426
XXXII 440
XXXIII 450
XXXIV 462
XXXV 477
XXXVI 484
XXXVII 499
Conclusão 515