«Levou a mão ao rosto deliberadamente e começou a passar as pontas dos dedos pela cara, como se estivesse a ser incomodado por teias de aranha, e depois pôs-se a olhar para a palma da mão aberta durante bem meio segundo antes de dizer, embaraçado: 'Saltei... ' Estacou, desviou os olhos... 'Parece', acrescentou.
«Os seus claros olhos azuis voltaram-se para mim com um olhar que implorava compaixão, e ao olhá-lo ali, de pé diante de mim, ferido e mudo, eu estava oprimido por um triste sentimento de prudência resignada, misturada com uma piedade irónica e profunda de um velho, impotente perante o infortúnio de uma criança.
«'Parece que sim', murmurei.
«'Só dei por isso quando olhei para cima', explicou apressadamente.
E é possível que sim. Era preciso escutá-lo, como se escuta uma criança aflita. Ele não sabia. Tinha acontecido não se sabia como. Nunca mais voltaria a acontecer, Tinha caído dentro do salva-vidas sobre alguém e rolado por cima de um banco. Sentiu uma dor como se todas as costelas do lado esquerdo se tivessem partido; depois rebolou outra vez, deu uma volta e viu "vagamente o barco que tinha abandonado muito alto acima dele, com a luz vermelha de sinalização com um brilho espalhado na chuva como uma nogueira no cimo de uma colina vista através do nevoeiro.