Capítulo XXXIII «Eu estava profundamente comovido: a sua juventude, a sua ignorância, a sua beleza, que tinha um encanto simples e o vigor delicado de uma flor silvestre, a sua súplica patética, o seu desamparo, a sua extrema fraqueza, apelavam para mim com uma força igual à do seu medo natural e excessivo. Temia o desconhecido como todos nós e a sua ignorância dava a esse desconhecido uma vastidão infinita. Era eu que o representava, em meu nome e no vosso, em nome de um mundo que não se preocupava com Jim nem tinha a mínima necessidade dele. Eu estaria pronto a responder pela indiferença da terra prolífica, se não tivesse reflectido em que Jim também pertencia a esse misterioso desconhecido que ela temia e em que, embora eu representasse uma grande multidão de seres, não podia falar em nome deles. Esta ideia fazia-me hesitar. Um murmúrio de dor e de desespero obrigou-me a descerrar os lábios. Comecei por afirmar que, pelo menos, não viera com intenção de levar Jim.
«Porque é que eu viera, então? Depois de um leve movimento, ficou imóvel na noite, como uma estátua de mármore. Tentei explicar-lhe em poucas palavras: amizade, negócios; se eu tivesse voto no assunto, preferia vê-lo ficar... 'Acabam sempre por nos deixar', murmurou. Um sopro de triste sabedoria vinda da sepultura que a sua piedade cobria de flores pareceu passar num leve suspiro... Nada, disse eu, podia separá-la de Jim.
«Estou agora plenamente convencido disso; e estava-o também nessa altura; era a única conclusão possível a tirar dos factos. Não fiquei mais persuadido pelo seu murmúrio, proferido no tom que usa uma pessoa a falar para si mesma: 'Ele jurou-mo.' 'Perguntou-lhe?', inquiri.
«Ela deu um passo na minha direcção. 'Não. Nunca!' Apenas lhe pedira que se fosse embora.