Lord Jim - Cap. 15: Capítulo XIV Pág. 174 / 434

Venha comigo; se não me embebedo, endoideço.» Às suas ordens», diz ele; «vamos a isso.» Não sei o que teria sido de mim sem ele. Hem, capitão Robinson?!'

«Deu uma palmada nas costas do seu associado. 'Ih!, ih!, ih!', riu o Patriarca, olhando vagamente a rua e depois voltando para mim as pupilas tristes e sem brilho... 'Ih!, ih!, ih!'... Apoiou-se mais ainda sobre o chapéu de chuva e baixou os olhos. Não preciso de lhes dizer que tinha tentado escapulir-me várias vezes, mas Chester impedira-me de o fazer agarrando-se muito simplesmente às abas do meu casaco. 'Um minuto, tenho uma ideia.' 'Que raio de ideia é a sua?', explodi por fim. 'Se julga que vou entrar no seu negócio... 'Não, não, meu amigo. Mesmo que quisesse, era tarde. Já temos o barco.' 'Têm o fantasma de um barco', disse eu. 'Suficientemente bom para começar - não temos grandes pretensões, não é verdade, capitão Robinson?' 'Não temos!, não temos!, não temos!', grasnou o velho sem levantar os olhos, e o tremor senil da sua cabeça tornou-se quase violento. 'Sei que conhece esse jovem', disse Chester com um movimento na direcção por onde Jim desaparecera havia muito. 'Jantou ontem consigo na Malabar House, segundo me disseram.'

«Respondi que assim fora, e ele, depois de me ter feito notar que também gostava de viver bem e em grande estilo mas que naquele momento tinha de economizar os tostões - 'que não são de mais para o nosso negócio, não é assim, capitão Robinson?' -, endireitou os ombros largos, cofiou o bigode farto, enquanto o célebre Robinson tossia ao seu lado, se agarrava ainda com mais força ao cabo do chapéu de chuva e parecia pronto a reduzir-se passivamente a um monte de velhos ossos. 'Compreende', sussurrou Chester confidencialmente, 'a massa é do velho.





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