Era o diplomático assim quem representava o rajá no conselho. Falou e ouviu tudo com um sorriso cortês e impenetrável. Durante a sessão chegavam mensageiros quase de minuto a minuto que relatavam os movimentos dos invasores. Corriam boatos exagerados e extravagantes: na embocadura do rio estava um barco enorme com grandes canhões e muitos homens brancos e pretos, todos de aspecto sanguinário. Vinham a caminho em muitos barcos para exterminar tudo o que fosse vivo. Uma sensação de perigo eminente e incompreensível agitava o povo. A certa altura, as mulheres que estavam no pátio foram tomadas de pânico; houve gritos, corridas; crianças choravam, e Haji Saman saiu para as acalmar. Depois, uma sentinela do forte disparou contra qualquer coisa que se movia no rio e quase ia matando um camponês que trazia as suas mulheres numa canoa juntamente com os seus mais preciosos utensílios domésticos e uma dúzia de aves de capoeira. Isto mais aumentou a confusão.
«Entretanto, a discussão prosseguia dentro da casa do Jim na presença da jovem. Doramin, sentado pesadamente, com uma expressão feroz no rosto, olhava os oradores e respirava devagar como um touro. Foi o último a falar, depois do assim ter declarado que os barcos do rajá também iam ser mandados recolher porque os homens eram necessários para defender a paliçada do seu amo. Na presença do pai, Dain Waris não quis formular nenhuma opinião, embora a jovem, em nome do Jim, lhe pedisse que falasse. Ofereceu-lhe os homens do Jim, na sua ansiedade de ver expulsos imediatamente esses intrusos. Waris limitou-se a abanar a cabeça, depois de ter olhado uma ou duas vezes para Doramin. Finalmente, quando o conselho foi dissolvido, ficara decidido que as casas mais próximas do riacho deviam ser ocupadas para se dominar a embarcação inimiga.
