«Assim, e por causa de Jim, entrevi num relance o verdadeiro Brierly, poucos dias antes de ele ter confiado ao mar a sua natureza autêntica e o simulacro dela. Está claro que recusei meter-me no assunto. O tom desse último 'mas você' (pobre Brierly, era mais forte do que ele), que parecia significar não ser eu mais visível do que um insecto, levou-me a olhar a proposta com indignação, e por causa dessa provocação ou por outra razão qualquer tornou-se-me indiscutível que este inquérito era um castigo severo para Jim e que o facto de ele o enfrentar praticamente por sua livre vontade era um aspecto redentor no seu caso abominável. Antes, não estava tão seguro disso. Brierly foi-se embora com um ataque de fúria. Nessa altura o seu estado de espírito era um mistério maior para mim do que é agora.
«No dia seguinte, por ter chegado tarde ao tribunal, sentei-me sozinho.
Está claro que não conseguia esquecer a conversa que tivera com Brierly, e agora tinha os dois homens na frente dos olhos. A conduta de um sugeria uma insolência melancólica e a do outro um aborrecimento desdenhoso; mas a atitude do primeiro podia ser tão pouco verdadeira como a do segundo, e eu sabia que uma delas era falsa. Brierly não estava aborrecido estava exasperado; e se assim era, Jim podia muito bem não ser um insolente. Segundo a minha teoria, não o era. Supus que se sentia perdido. Foi então que os nossos olhos se encontraram. Cruzaram-se e o olhar que me lançou fez-me perder bastante a coragem de levar avante aquela intenção de lhe falar.