«Fiquei impressionado com a verdade tão sugestiva das suas palavras á qualquer coisa de singular num pequeno barco a navegar no mar alto.
A sombra da loucura saída da sombra da morte parece cair sobre os vivos. Quando o nosso barco nos abandona, o nosso mundo parece também abandonar-nos - o mundo que nos fez, que nos limitou, o mundo vigilante. É como se as almas dos homens a vogar sobre um abismo e em contacto com a imensidão estejam prontas a qualquer excesso de heroísmo, de absurdo, ou de abominação. Está claro que, exactamente como com a fé, com o pensamento, com o amor, com o ódio, com as certezas, ou até com o aspecto visual das coisas materiais, há tantos naufrágios como homens, e neste havia qualquer coisa de abjecto que tornava o isolamento mais inteiro havia uma baixeza nas circunstâncias que separavam estes homens ainda mais completamente do resto da humanidade, cujo ideal de conduta nunca passou pela prova de uma partida diabólica e temível. Os outros estavam furiosos por ele ser um medricas timorato, ele concentrara contra eles toda a raiva que sentia pelo que acontecera; gostaria de ter tomado uma vingança notável da ocasião odiosa que tivera de enfrentar por causa deles. Não há como um salva-vidas no alto mar para chamar à superfície o Irracional que espreita no fundo de cada pensamento, de cada sentimento, de cada sensação, de cada emoção. Fazia parte integrante da mesquinhice burlesca deste naufrágio o não terem chegado a vias de facto! Tudo foram ameaças, tudo uma terrível simulação - uma fraude do princípio até ao fim, planeada pelo desdém tremendo dos Poderes das Trevas, cujos terrores reais, sempre à beira do triunfo, são perpetuamente derrotados pela firmeza dos homens.