«Começou a andar com um passo compassado, para cá e para lá, diante da minha cadeira, com uma mão no bolso das calças, a cabeça inclinada, pensativo, levantando o braço direito de longe em longe para fazer um gesto, e parecia afastar do seu caminho um intruso invisível.
«Naturalmente supõe que eu estava a endoidecer', começou ele outra vez. 'E bem pode pensá-lo, se se lembrar de que eu tinha perdido o meu boné. O Sol movia-se lentamente de leste para oeste sobre a minha cabeça descoberta, mas penso que naquele dia nenhum mal me podia acontecer. O sol não me podia enlouquecer... ' Com o braço direito afastou a ideia da loucura... 'Também não me podia matar... ' Com outro movimento repeliu um espectro... 'Aquilo ficava comigo.'
«Ficava', disse eu inexprimivelmente espantado com o novo curso que tomava a conversa, e olhei para ele com o mesmo espanto com que o olharia se ele, depois de fazer uma pirueta, voltasse para mim um rosto completamente desconhecido.
«'Não tive uma febre cerebral e não caí morto', continuou ele. 'Não me preocupei nada com o sol na cabeça. Eu tinha a cabeça tão fresca como um homem sentado à sombra a pensar. Aquele animal sujo do capitão deitou a cabeçorra rapada fora da lona e cravou os olhos aguados em mim. «Donnerwerter!', você morre», rosnou ele, e meteu-se para dentro como uma tartaruga.