«Tinham sido postas várias questões no tribunal. A primeira era se o barco estava devidamente preparado e equipado para a viagem. O tribunal respondeu que não. O ponto seguinte era se até ao momento do acidente o barco fora comandado com os cuidados devidos. Disseram que sim, só Jesus sabe porquê, e declararam que não havia provas que mostrassem a causa evidente do sinistro. Provavelmente tinham sido os destroços de um barco afundado à deriva. Eu lembrava-me de que um três mastros norueguês que partira com um carregamento de madeira de pinheiro fora dado como desaparecido, mais ou menos nessa altura e era justamente o género de embarcação capaz de se voltar com uma tempestade e flutuar com o casco para cima durante meses - uma espécie de espectro marinho à espreita dos navios para os destruir no escuro. Estes destroços errantes são assaz vulgares no Atlântico Norte, que está infestado por todos os terrores dos mares - nevoeiros, icebergues, navios fantasmas com intenções sinistras e tempestades pavorosas que nos cravam as garras como vampiros até nos sugarem as forças, a coragem a própria esperança, e nos deixam com a impressão de sermos apenas o invólucro vazio de um homem.