Não suportaria que me vissem num local onde estivesse um desses homens!» Olhou para mim, e tive de responder por delicadeza. «Foram cobardes, é verdade, capitão O'Brien, e não gostaria também de os ver aqui; pode estar descansado. Beba qualquer coisa fresca.» «Deixe-me em paz com os seus refrescos, Egström», respondeu-me com os olhos a brilhar; «quando quiser beber, chamo-o. Cheira aqui mal.» Os outros largaram todos à gargalhada e saíram atrás dele. Então aquele danado do Jim põe a sanduíche em cima da mesa e dá a volta, sem fazer caso do copo de cerveja ainda cheio que tinha na frente. «Vou-me embora», diz-me, assim tal e qual. «Ainda não é uma e meia», respondo eu; «tem tempo de fumar um cigarro.» Eu julgava que ele estava a falar de retomar o trabalho, mas quando percebi fiquei paralisado... Não se encontra um homem daqueles todos os dias. Era um verdadeiro demónio dentro de um barco à vela, sempre disposto a sair para o mar com qualquer tempo e ir longíssimo para ser o primeiro a subir a bordo. Mais do que um capitão disse ao entrar aqui: «Onde foram buscar este maluco, Egström? Andava eu à procura da minha rota esta manhã muito cedo e de repente vejo aparecer, saído do nevoeiro um barco à vela meio alagado de que nem se via o mastro com dois negros apavorados deitados no fundo e um demónio à barra do leme a gritar: 'Olá do navio! Olá, capitão! Olá, capitão! Fala-lhes a casa Egström & Blake. Egström & Blake! Vamos, vamos, hop!' Dá um pontapé aos pretos e grita-me depois que largue as velas e que o siga, que vai mostrar-me o caminho. Parecia mais um demónio do que um homem. Nunca na minha vida vi manejar um barco à vela daquela maneira! E não estava bêbado! Tão gentil quando subiu a bordo, a corar como uma menina!».