«'Nunca ouvi um entomologista falar assim', observei alegremente. 'Uma obra-prima. E então o homem?'
«'O homem é admirável, mas não é uma obra-prima', disse ele com os olhos fixos na vitrina. 'Talvez o artista que o fez estivesse um pouco louco. Hem? Que diz? Às vezes parece-me que o homem veio para onde ninguém o chamou, onde não há lugar para ele; porque, se assim não fosse, porque quereria ele ocupar todo o espaço? Porque se agita ele de um lado para o outra a fazer tanto barulho, a falar das estrelas, a pisar as ervas... '
«'A apanhar borboletas', insinuei.
«Sorriu, atirou-se para trás na cadeira e estendeu as pernas. 'Sente-se', disse. 'Apanhei este exemplar raro numa linda manhã. Foi uma grande emoção. Não sabe o que significa para um coleccionador apanhar um exemplo: tão raro. Não pode saber o que isso é.'
«Sorri, a meu bel-prazer, sentado numa cadeira de balouço. Os seus olhos pareciam ver muito mais longe do que a parede que fixavam; e começou a contar como uma noite chegara um mensageiro da parte do seu 'pobre Mohammed' a pedir-lhe que fosse à 'residente - como ele dizia - que distava nove ou dez milhas e a que se chegava por um caminho que atravessava uma planura cultivada, com aqui e ali pequenos bosques. Saíra cedo da casa fortificada depois de beijar a pequenina Ema e de deixar sua mulher. a 'princesa', a dirigir em seu nome. Descreveu-me como ela o acompanhara até ao portão, com uma mão no pescoço do cavalo; tinha uma blusa branca, ganchos de ouro no cabelo e uma correia de couro castanho sobre o ombro esquerdo, que sustentava um revólver.