Capítulo 31: Capítulo XXX
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Não sei o que esperava lhe fizessem em consideração pelo seu casamento; ma! é evidente que a liberdade de roubar, de surripiar, de se apropriar durante muitos anos e da maneira que melhor lhe convinha das mercadorias da firma Stein & C.' (Stein manteve os fornecimentos sem falhar enquanto consegui que os seus capitães os transportassem até lá), não lhe parecia urna justa compensação para o sacrifício do seu ilustre nome. Jim gostaria muito de dar uma sova em Cornélio até o deixar meio morto; por outro lado, essa! cenas eram tão dolorosas, tão abomináveis, que o seu primeiro impulso era afastar-se para onde não pudesse ouvir, a fim de poupar os sentimentos da jovem. Ela ficava sem fala e agitada, a apertar o peito de vez em quando core uma expressão dura e desesperada. Então Jim aproximava-se e dizia-lhe com um ar infeliz: 'Vamos!... realmente... de que serve? .. Tem de comer alguma coisa', ou esforçava-se por lhe dar qualquer outra prova de simpatia. Cornélio continuava a rondar na varanda, entrava e saía furtivamente mudo como um peixe, e lançava olhares malévolos, desconfiados e sorrateiros. 'Posso fazê-lo acabar com isto', disse Jim uma vez à rapariga. 'Basta-me uma palavra sua.' Sabem o que ela respondeu? Ela disse - contou-lhe Jim impressionado - que, se não tivesse a certeza de que aquele homem. era profundamente infeliz, teria arranjado coragem para o matar com 2.: suas próprias mãos. 'Imagine-me isto! Uma pobre rapariga, quase uma criança, ser levada a falar desta maneira', exclamou ele horrorizado. Parecia impossível salvá-la não só desse patife, mas ainda dela própria. Não era se piedade, afirmou-me ele, o que sentia por ela; era mais do que piedade parecia-lhe ter um peso na consciência, enquanto ela continuasse a leva: aquela vida.
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