«Comecei o meu exorcismo com um peso no coração e também com uma espécie de raiva soturna. A voz de Jim elevou-se de repente num tom severo, atravessou o pátio para repreender a negligência de um criado, mudo, na orla do rio. Nada - disse eu num murmúrio distinto -, nada havia nesse mundo desconhecido que estivesse ansioso por lhe roubar a felicidade; não havia nada, nem vivo nem morto, não havia um rosto, uma voz ou uma força que pudesse arrancar Jim do pé dela. Suspendi a respiração e ela murmurou docemente: 'Foi o que ele me disse.' 'Disse-lhe a verdade', afirmei. 'Nada', disse ela num suspiro; depois voltou-se bruscamente para mim e, com uma emoção que mal se apercebia, disse: 'Porque veio até nós de tão longe? Ele fala muitas vezes de si. Tenho medo de si. Quer... quer levá-lo consigo?' Uma espécie de secreta violência insinuara-se nos nossos sussurros. 'Nunca mais voltarei', disse eu amargamente. 'E não preciso dele. Ninguém precisa dele.' 'Ninguém', repetiu ela num tom de dúvida. 'Ninguém', afirmei, sob o impulso de uma estranha emoção. 'Você julga-o forte, sábio, corajoso, grande; porque não acredita também que ele seja sincero? Parto amanhã, e tudo acabará. Nunca mais será atormentada por uma voz vinda do outro lado. Esse mundo que você não conhece é demasiado grande para dar pela ausência dele. Compreende? Demasiado grande! Você tem o coração dele nas mãos: tem de sentir isto, tem de o saber.