Lord Jim - Cap. 22: Capítulo XXI Pág. 227 / 434

Havia poucos lugares no arquipélago indiano que ele não tivesse visitado quando ainda banhados na sua penumbra original antes de para lá terem levado a luz (mesmo a luz eléctrica), com a finalidade de elevar a moral e... e... bem... e os lucros. Foi no dia seguinte ao pequeno almoço que me falou desse lugar, depois de eu ter repetido a frase do pobre Brierly: 'Deixe-o cavar um buraco de vinte pés e enterrar-se lá.' Levantou para mim uns olhos interessados, como se eu fosse um insecto raro. 'É possível fazê-lo', disse a saborear o café. 'Sim, enterrá-lo', retorqui eu. 'É uma coisa desagradável de fazer, mas não há outra solução, dada a sua maneira de ser.' 'É jovem' murmurou Stein. 'O ser mais jovem que existe', afirmei. 'Schön. Temos o Patusan', continuou no mesmo tom de voz.... 'E a mulher já morreu' acrescentou misteriosamente.

«Naturalmente, não percebi o que queria dizer; posso apenas inferir que o Patusan já uma vez servira de túmulo a um pecado ou a uma desgraça. É impossível suspeitar de Stein. A única mulher que existiu para ele foi a rapariga malaia que ele chamava 'minha mulher, a princesa' ou, em momentos de expansão, 'a mãe da minha Ema', Quem era a mulher que mencionou ao falar de Patusan, não sei; pelas suas palavras, percebi que se tratava de uma mestiça holandesa educada e bela que tivera uma vida trágica, ou simplesmente lamentável. A parte mais triste da sua história fora, sem dúvida, o seu casamento com um português de Malaca, empregado de uma casa comercial nas colónias holandesas. Soube por Stein que este era um indivíduo pouco recomendável por várias razões, todas mais ou menos indefinidas e perigosas. Fora apenas por consideração pela mulher que Stein o nomeara director da feitoria da firma Stein & C.





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