«Falar! Vamos lá. E é bastante fácil falar de Jim depois de uma boa comezaina, a duzentos pés acima do nível do mar, com uma caixa de bons charutos à mão, numa bendita noite fresca e clara de estrelas, que faz esquecer aos melhores de nós que estamos aqui apenas para sofrer e que temos de encontrar o nosso caminho sem uma luz fixa, espiando cada minuto precioso e cada passo irremediável, confiantes em fazer uma saída decente quando o fim chegar - mas não muito certos disso, no final de contas -, e com poucas esperanças de auxílio da parte daqueles com quem vivemos lado a lado. É claro, há homens aqui e ali para quem a vida toda é como um serão depois de um bom jantar com um bom charuto; fácil, agradável, vazia, animada talvez por qualquer narrativa inventada de uma briga, que se esquece antes de se ouvir o fim - antes de se ouvir o fim -, mesmo quando acontece haver um fim.
«Os meus olhos encontraram-se com os dele pela primeira vez no dia em que fui assistir ao inquérito. É preciso dizer que toda a gente ligada às coisas do mar lá estava, porque o caso era do domínio público havia já alguns dias, desde que tinha sido enviada de Adém, por cabo, aquela mensagem misteriosa que dera início ao falatório. Digo 'misteriosa' porque o era num certo sentido, embora contivesse um facto nu e cru, tão nu e cru quanto o pode ser um facto. Não se falava de mais nada em toda a costa. Logo de manhã, a primeira coisa que eu ouvia através do tabique, enquanto me vestia, nos meus aposentos, era o meu parse Dubash a tagarelar a respeito do Patna com o criado, enquanto ia tomando por favor uma chávena de chá, na copa.