Mal desembarcava, encontrava algum conhecido, e a primeira observação que me fazia era: 'Ouviu alguma vez uma coisa mais extraordinária do que esta?', e sorria com cinismo, ou punha uma cara triste, ou praguejava, conforme a sua índole. Gente que nunca se tinha visto desatava a falar familiarmente com o único intuito de deitar cá para fora o que pensava do assunto; não houve um condenado de um vadio na cidade que não enchesse o bucho de copos graças a este acontecimento: ouvia-se falar a respeito dele na Capitania do porto, em casa dos corretores marítimos, em casa dos agentes, aos brancos, aos nativos, aos mestiços, até aos próprios barqueiros sentados de cócoras, meio nus, nas escadas de pedra. Havia uma certa indignação, diziam-se bastantes piadas e armavam-se discussões sem fim sobre o que lhes teria acontecido. Isto durou uma semana ou duas, e começava a prevalecer a opinião de que o que havia de misterioso neste assunto acabaria por se tornar trágico, quando, numa bonita manhã, estava eu à sombra junto das escadas da Capitania, distingui quatro homens que caminhavam na minha direcção ao longo do cais. Estive um momento a olhá-los cheio de curiosidade de saber donde é que aquele grupo singular teria saído, e de repente, de repente, gritei para mim: 'Cá estão eles!'
«Ali estavam eles, com efeito, três deles grandes como um dia sem pão, e um formando com uma pança uma circunferência muito maior do que aquela que é justo que um homem forme, acabados de desembarcar, com um bom pequeno almoço no papo, de um navio da Dale Line que prosseguiu viagem e entrara no pano uma hora depois do nascer do Sol. Não podia haver engano. Reconheci imediatamente o jocoso capitão do Patna à primeira vista: o homem mais gordo em toda a faixa tropical que envolve o nosso querido e velho planeta.