«Os trinta ou quarenta homens que permaneciam, de mosquete aperrado, no exterior da paliçada, retinham a respiração. O bugi dono do prau que encontrei na varanda de Stein, e que estava com eles, contou-me que a chalupa, ao rasar a ponta baixa, pareceu por instantes crescer desmesuradamente e ficar suspensa como uma montanha. 'Se acham que vale a pena esperar um dia ao largo da costa', gritou Jim, 'encarrego-me de lhes mandar qualquer coisa, carne de vaca, inhames, o que for possível.' A sombra continuava a mover-se. 'De acordo', disse uma voz inexpressiva e ensurdecida pelo nevoeiro. Nenhum dos circunstantes atentos compreendeu o significado daquelas palavras, e Brown desapareceu com os seus homens e a chalupa, como espectros que se desvanecessem sem o menor ruído.
«Foi assim que Brown, invisível no nevoeiro, saiu de Patusan, ao lado de Cornélio, à proa da longa embarcação. 'Talvez apanhe um pouco de carne de vaca', disse Cornélio. 'Oh, sim. Carne de vaca, inhames. Há-de recebê-los, se ele prometeu. Diz sempre a verdade. Roubou-me tudo o que eu tinha. Suponho que você prefere um bocado de carne de vaca ao saque de uma quantidade de casas.' Aconselho-o a tomar cuidado com a língua, ou então um de nós ainda o atira pela borda fora neste maldito nevoeiro.' O barco parecia imóvel; não se via nada, nem sequer as margens do rio, mas a cerração condensada pingava e escorria pelas caras e pelas barbas. Era lúgubre, disse-me Brown. Cada um dos aventureiros se sentia sozinho num barco à deriva, perseguido por uma suspeita quase imperceptível de suspiros e sussurros de fantasmas à volta.