Lord Jim - Cap. 14: Capítulo XIII Pág. 157 / 434

' Fez uma pesada vénia com o boné na mão, na frente dele, seguro pela pala entre o polegar e o indicador da mão ferida. Fiz igualmente uma vénia. Fizemos os dois uma vénia: fizemos vários rapapés um ao outro muito cerimoniosamente, enquanto uma espécie de criado sujo nos olhava com ar crítico, como se tivesse pago para assistir ao espectáculo. 'Serviteur'. disse o francês. Outro rapapé. 'Monsieur... 'Monsieur'.... A porta envidraçada ficou a bater após a passagem das suas robustas costas. Vi uma-rajada apanhá-lo e levá-lo, diante dela, como a mão na cabeça, os ombros firmes e as abas do casaco a baterem com toda a força contra as pernas.

«Sentei-me novamente, só e desanimado - desanimado com o caso de Jim. Estão talvez admirados de que este caso não tivesse deixado de estar presente no meu pensamento três anos depois, mas é que eu vira-o muito recentemente. Acabava de chegar de Samarang, onde tinha feito um carregamento para Sidney: o negócio mais aborrecido que se possa imaginar - aquilo que aqui o nosso Charley chamaria uma das minhas judiciosas transacções - e estivera com Jim. Trabalhava ele então para o De Jongh recomendado por mim. Era corretor. 'O meu representante a bordo', chamava-lhe De Jongh. Não se pode imaginar um modo de vida mais prosaico, mais pobre de consolações, menos capaz de proporcionar qualquer espécie de encanto, a não ser o de um angariado r de seguros. O pequeno Bob Stanton - aqui o Charley conheceu-o bem - passou pela mesma experiência. O mesmo que depois se afogou ao tentar salvar uma criada de quarto no naufrágio do Sephora. Lembram-se, um abalroamento numa manhã enevoada ao largo da costa da Espanha. Todos os passageiros tinham sido acondicionados em boa ordem nos salva-vidas e estavam já afastado do navio quando Bob voltou com o seu para trás e trepou para o convés para ir buscar essa rapariga.





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