Lord Jim - Cap. 7: Capítulo VI Pág. 66 / 434

Creio que as tinha metido no bolso para fazer peso. Por Deus!, que eram quatro cavilhas para um homem vigoroso como o capitão Brierly? Talvez a confiança nele próprio tivesse sido um pouco abalada no último momento. Julgo que foi o único sinal de nervosismo que deu em toda a sua vida; mas estou pronto a responder por ele e tenho certeza de que, uma vez que se atirou, não tentou nadar uma braçada, da mesma maneira que teria sido capaz de aguentar um dia inteiro enquanto houvesse a mais pequena probabilidade de salvamento se tivesse caído acidentalmente. Sim, senhor. Ele era em tudo o primeiro - como eu o ouvi dizer uma vez. Escrevera duas cartas durante o segundo quarto, uma para companhia e outra para mim. Dava-me uma quantidade de instruções para a viagem - eu era mais antigo no ofício do que ele - e um nunca acabar de sugestões sobre a maneira de tratar com os nossos em Xangai para eu ficar com o comando do Ossa. Escreveu-me como a um filho directo, capitão Marlow, e eu era mais velho do que ele vinte e cinco anos e conhecera o gosto da água salgada antes de ele ter vestido as primeiras calças. Na carta para os proprietários do barco - que deixou aberta para eu ler - dizia que sempre cumprira as obrigações para com eles, até esse momento, e que mesmo agora não estava a trair a sua confiança, visto que deixava o navio nas mãos de um dos marinheiros mais competentes que se podiam encontrar - e referia-se a mim, referia-se a mim! Dizia-lhes que, se o último acto da sua vida não o desacreditava inteiramente junto deles, dessem a importância devida à minha fidelidade ao serviço e à sua calorosa recomendação quando preenchessem a vaga aberta pela sua morte. Eu não podia acreditar no que os meus olhos liam. Todo eu me sentia esquisito', continuou o velho Jones muito perturbado e a espremer qualquer coisa no canto do olho com a poma de um polegar largo como uma espada.




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