Capítulo 7: Capítulo VI
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'Dir-se-ia que se tinha atirado ao mar unicamente para dar a um homem abandonado pela sorte uma última oportunidade de promoção. Com o choque do seu desaparecimento, desta maneira horrível e súbita, e com a ideia de que atingira assim o meu objectivo, eu ia perdendo a pinha durante uma semana. Mas não se assuste. O capitão do Pelion é que o foi substituir - embarcou em Xangai -, um peralvilhozito, senhor, com um fato cinzento aos quadrados, penteado de risca ao meio. «Hâ... eu sou... hã... o seu novo comandante, senhor... hã... senhor... Jones.» Estava encharcado em perfume - fedia que tresandava, capitão Marlow. Atrevo-me a dizer que foi o olhar que lhe lancei que o fez gaguejar. Murmurou qualquer coisa a respeito do meu natural desapontamento, acrescentando que era melhor que eu soubesse desde já que o seu imediato tinha sido promovido a comandante do Pelion - ele não tivera nada que ver com isso, está claro, a direcção devia saber o que fazia, tinha muita pena... Respondo-lhe eu: «Não se preocupe com o velho Jones; maldito seja ele, está habituado a estas coisas.» Pude observar imediatamente que tinha chocado os seus ouvidos delicados, e quando nos sentámos para tomar juntos a nossa primeira refeição em comum começou a fazer reparos de uma maneira embirrante sobre isto e aquilo no navio. Nunca ouvira uma voz semelhante à sua a não ser num teatro de fantoches. Cerrei os dentes, não desviei os olhos do prato, e fiquei quieto o mais tempo possível; mas finalmente tive de dizer qualquer coisa; dá-me um salto nas pontas dos pés, com toda a sua linda plumagem, eriçado como um galito de combate. «Verá que tem agora de tratar com uma pessoa muito diferente do capitão Brierly.» «Já percebi isso», disse eu; muito carrancudo, mas a fingir que estava ocupadíssimo com a minha fatia de carne.
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Páginas: 434
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