Nada, apenas o maldito salva-vidas e aqueles dois na minha frente a ganirem como cães bastardos que cercassem um ladrão encurralado. «Ão!, ão! Que faz aqui? Você é fresco! É um cavalheiro, muito fino para dar uma ajuda. Já lhe passou o pasmo que lhe deu? Para se meter aqui às escondidas, não foi? não! não! Não merece viver! Ão!, ão!» Dois deles ladravam juntos, esforçando-se por ladrar cada um deles mais alto do que o outro. Através da chuva ouvia-se latir o terceiro a ré; não conseguia vê-lo nem conseguia perceber uma parte do seu palavreado imundo… Ao., ao. eu... eu... eu... eu... eu... réu... béu! Ão!, âo!» Era delicioso ouvi-los. Só lhe digo que foi isso que e salvou a vida. E continuavam, continuavam como se quisessem atirar-me pela borda fora com o barulho!... «Muito me admira que tenha tido coragem para saltar. Não há lugar para si aqui. Se eu o tivesse reconhecido, tinha-o mandado logo pela borda fora, seu pulha! Que fez ao outro? Onde foi buscar coragem para saltar, cobarde? Que nos impede a nós três de o atirarmos ao mar?...» Estavam sem fôlego; o aguaceiro afastou-se. Depois, nada. Não havia nada à volta do salva-vidas, nem o mais pequeno som. Queriam ver-me ir pela borda fora, não queriam? Pela minha alma! Creio que teriam visto o seu desejo satisfeito se se tivessem calado. Iam atirar-me ao mar, não iam? «Experimentem», disse eu. «Fá-la-ia por dez réis de mel coado.» «Você nem isso merece», guincharam todos juntos. Estava tão escuro que era só quando um deles se mexia que eu ficava certo de o ver. Por Deus! Gostaria que tivessem experimentado.'
«Não pude impedir-me de exclamar: 'Que aventura extraordinária!' «'Nada mau, hem?', disse ele com um certo espanto. 'Eles fingiam acreditar que eu matara o ajudante de fogueiro por uma razão qualquer.