"Bom dia', disse eu com secura. Olhou para mim como se eu fosse um imbecil incompreensível... 'Temos de ir, capitão Robinson', gritou de repente ao ouvido do velho. 'Aqueles parvos dos parses estão à nossa espera, para fechar o negócio.' Agarrou com força o sócio, por debaixo do braço fez-lhe dar uma volta e, bruscamente, olhou para mim por cima do ombro. 'Eu queria ajudar esse rapaz por pura bondade', afirmou com um ar e num tom que me puseram o sangue a ferver. 'Muito obrigado de coisa nenhuma... em nome dele', ripostei. 'Oh!, você é um finório', disse, zombeteiro, 'mas anda muito nas nuvens, como os outros. Havemos de ver o que consegue fazer dele.' 'Não pretendo querer fazer nada dele.' 'Ai não?', disse precipitadamente; o bigode grisalho eriçou-se-lhe com a raiva, e o célebre Robinson continuou de pé ao lado dele, apoiado no chapéu de chuva, de costas para mim, paciente e tranquilo como um velho cavalo de fiacre. 'Não encontrei uma ilha de guano', disse eu. 'Acredito, porque mesmo que o levassem lá pela mão você não a via', volveu rapidamente, 'e neste mundo é preciso ser-se capaz de ver as coisas antes de as utilizar É preciso ver e ver bem, aí está.' 'E levar outros a vê-las também', insisti com uma olhadela para as costas curvadas do sócio. Chester resfolgou voltado para mim. 'Não se apoquente - ele tem bons olhos. Não é nenhum pateta.' 'Oh!, claro que não', disse eu. 'Vamos, capitão Robinson', gritou com uma espécie de brutalidade deferente para debaixo da pala do chapéu do velhote; «a Peste» deu um pulinho, obediente. Esperavam-nos a sombra de um barco e a Fortuna sobre aquela bela ilha! Formavam um curioso par de argonautas. Chester caminhava lentamente, vigoroso, bem constituído, com um ar de conquistador; o outro, pendurado no braço dele, arrastava, com uma pressa desesperada, as canelas secas, alto, descarnado, abatido.