Capítulo 20: Capitulo XIX
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Em Banguecoque, por exemplo, onde trabalhara na casa Yucker & Irmãos, fretadora e comerciante de madeira de teca, era patético vê-lo trabalhar à luz do Sol, a guardar furiosamente um segredo que até os troncos das árvores junto do rio deviam conhecer. Schomberg, o dono do hotel onde tomava as refeições, um alsaciano hirsuto, quadrado e infatigável boateiro, gostava muito de, com os cotovelos fincados na mesa, dar uma versão revista e aumentada do caso a todos os clientes que quisessem ouvir a história enquanto tomavam bebidas caras. 'E é o rapaz mais simpático do mundo', concluía generosamente o hoteleiro, 'e um homem superior.' Mesmo assim, honra seja feita a estes ouvintes de Schomberg, Jim conseguiu ficar seis meses em Banguecoque. Notei que as pessoas, mesmo os estranhos, se afeiçoavam a Jim como a uma criança encantadora. Os seus modos eram reservados, mas os olhos, o sorriso, conquistavam-lhe simpatias para onde quer que fosse. E está claro não era parvo nenhum. Ouvi Siegmund Yucker (suíço de nascimento), um ser gentil que sofria de uma terrível dispepsia e era tão coxo que a cabeça descrevia um quarto de círculo a cada passo que dava, declarar que Jim, ainda tão novo, tinha uma 'grande capacidade', como se se tratasse apenas de uma medida cúbica. 'Porque não o manda para o interior?', perguntei, pois sabia que os irmãos Yucker possuíam concessões e florestas de teca. 'Se é tão capaz como diz, depressa se adaptará ao trabalho, o físico é bom. Sempre gozou de excelente saúde.' 'Ach! É grr... ande coisa neste país não ter dispepsia', suspirou com inveja o pobre Yucker, dando uma olhadela ao seu desgraçado estômago. Quando o deixei, tamborilava sobre a mesa e murmurava, sonhador: 'Es ist eine Idee; es ist eine Idee.
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