Capítulo 26: Capítulo XXV
Página 259
À sua roda havia um círculo de olhos dilatados e de queixos caídos. Jim começou a falar. Durante algum tempo, desenvolveu resoluta e friamente a ideia de que não se devia impedir nenhum homem de ganhar honestamente a sua vida e a dos seus filhos. Sentado como um alfaiate no seu estrado, uma mão sobre cada joelho e de cabeça baixa, o outro olhava para Jim através dos cabelos cinzentos que lhe caíam sobre os olhos. Quando Jim terminou, fez-se um grande silêncio. Dir-se-ia que ninguém respirava; não se ouviu um ruído até que o velho rajá suspirou ligeiramente e, levantando a cabeça, olhou a direito e disse rapidamente: 'Ouvis, meus súbditos? Basta de brincadeiras deste género.' Esta ordem foi recebida num profundo silêncio. Um homem corpulento com uns olhos inteligentes e uma cara larga, ossudo e muito moreno, um homem de confiança, evidentemente, de maneiras joviais e obsequiosas (soube depois que era o carrasco), ofereceu-nos duas chávenas de café numa bandeja de cobre que tirou das mãos de um criado subalterno. 'Não é obrigado a beber', murmurou Jim muito rapidamente. Não compreendi logo o sentido das suas palavras e limitei-me a olhar para ele. Ele sorveu uma boa golada e conservou-se, tranquilamente sentado, com o pires na mão esquerda. De repente, senti-me extremamente aborrecido. 'Por que diabo', sussurrei-lhe com um sorriso amável, 'me expõe a um risco tão estúpido?' É claro que bebi (não havia outro remédio, pois Jim não me disse nada), e despedimo-nos quase logo a seguir. Enquanto atravessávamos o pátio para chegar ao nosso barco, escoltados pelo inteligente e jovial carrasco, Jim pediu-me desculpa. O risco era mínimo, claro. Lá por ele, não se preocupava com o veneno. Consideravam-no - afirmou ele - infinitamente mais útil do que perigoso, de modo que.
|
|
|
Páginas: 434
|
|
|
|
|
|
Os capítulos deste livro:
|
|
|