Capítulo 28: Capítulo XXVII
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O som da sua voz jovem e fresca - é extraordinário como mostrava tão poucos sinais de desgaste! - flutuava ao de leve e passava sobre a superfície imutável das florestas como o som dos grandes canhões naquela manhã glacial e orvalhada em que não se preocupava fosse com o que fosse deste mundo, salvo o domínio dos arrepios no seu corpo. Mal os primeiros raios oblíquos do Sol tocaram o cimos das árvores imóveis, a cabeça de uma das colinas, no meio de fortes detonações, cobriu-se de nuvens de fumo branco, enquanto do outro irrompia um clamor surpreendente de bramidos, de ferozes gritos de guerra, de raiva, de surpresa e de desânimo. Jim e Dain Waris foram os primeiros a pôr mão na paliçada. O povo conta que Jim deitara abaixo o portão só com o toque de um dedo. É claro que se apressava a desmentir tal proeza. A paliçada inteira - ele insistia muito neste ponto - era fraquíssima (o xerife ali fiava-se sobretudo na inexpugnabilidade da posição); aliás, as estacas já haviam sido reduzidas a pedaços e só se sustinham por milagre. Como um idiota, Jim meteu-lhe um ombro, o que o fez cair dentro do recinto de cabeça para baixo. Caramba! Se não fosse Dain Waris, teria sido pregado a uma viga de madeira, como um dos escaravelhos de Stein, pela lança de um patife tatuado e marcado de bexigas. Parece que o terceiro homem a entrar fora Também tinham, o criado pessoal de Jim. Era um malaio do Norte, um estrangeiro que viera dar ao Patusan e fora detido à força pelo rajá Ailang e empregado como remador de um dos seus barcos. Evadira-se na primeira oportunidade e encontrara um refúgio precário (e muito pouco que comer) no meio dos Colonos bugis. Afeiçoara-se a Jim. Tinha a pele muito escura, a cara achatada, uns olhos salientes e injectados de bílis.
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