Capítulo 42: Capítulo XLI
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'A minha pergunta sobressaltou-o e fê-lo ruborizar. Julgava-se demasiado importante para lhe fazerem perguntas. Disse-lhe que, se me considerava um homem morto com o qual se podem tomar liberdades, ele mesmo não se encontrava em melhor situação. Eu tinha um homem lá em cima que não despegava os olhos dele e só estava à espera de um sinal meu. Não havia nada de ofensivo nisto. Ele tinha vindo de livre vontade. «Admitamos», disse eu, «que estamos ambos mortos e falemos nessa base, como pares. Somos todos iguais perante a morte.» Reconheci que me encontrava como um rato na ratoeira, mas tínhamos sido empurrados para lá, e mesmo um rato apanhado na armadilha ainda pode morder. Jim interrompeu-me bruscamente: «Não, a não ser que nos aproximemos da ratoeira antes de o rato estar morto.» Disse-lhe que aquela espécie de jogo era digna dos seus amigos indígenas, mas eu julgava-o demasiado homem branco para tratar alguém, mesmo um rato, daquela maneira. Sim, tinha desejado falar com ele, mas não era para pedir a esmola da minha vida. Os meus companheiros eram... bem... eram... homens como ele, em todo o caso. Tudo o que lhe pedíamos era, com mil diabos!, que viesse dirimir a questão connosco. «Ao Diabo com tudo isto!», disse eu, enquanto ele permanecia de pé, imóvel como um poste de madeira. «Suponho que não vai passar os dias com o binóculo a contar quantos de nós ainda estão de pé. Vamos lá, ou traga o seu bando infernal consigo, ou deixe-nos ir embora rebentar de fome no mar alto, por amor de Deus! Você também já foi um homem branco, apesar do ar importante que toma ao dizer que esta é a sua gente e que você e eles fazem um só. Não é verdade? E que diabo ganha com isso? Que encontrou aqui de tão precioso, hem? Não nos vai decerto pedir que desçamos daqui, não é verdade? Vocês são duzentos contra um.
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