Capítulo 6: Capítulo V
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'Exactamente', disse, 'mas se eu olhasse, veria. Não há olhos como os meus, já lho disse.' Outra vez a garra me puxou para baixo na sua ânsia de se libertar com uma confidência. 'Milhões de sapos cor-de-rosa. Não há olhos como os meus. Milhões de sapos cor-de-rosa. É pior do que ver um navio afundar-se; eu poderia ver navios afundarem-se e continuar a fumar o meu cachimbo o dia inteiro. Porque não me dão o meu cachimbo? Podia dar umas fumaças enquanto vigiava estes sapos. O barco estava cheio deles. Têm de ser vigiados, sabe?' Piscou-me o olho, galhofeiro. O suor da minha testa caía em cima dele, e tinha o casaco de linho colado às costas encharcadas: a brisa da tarde passava impetuosa sobre as filas de camas, as pregas tesas das cortinas agitavam-se perpendicularmente com um ruído de guizo nas argolas de latão, as coberturas das camas vazias moviam-se sem rumor junto ao chão desguarnecido, ao longo de uma linha, e eu tremia até à medula. O suave vento dos trópicos revoluteava nesta enfermaria nua, tão gélido como uma tempestade de Inverno no velho palheiro de minha casa. 'Não o deixe começar a gritaria, senhor', clamou de longe o sinistrado num berro de aflição e de raiva que veio a ressoar pelas paredes como um chamamento trémulo, por um túnel fora. A garra puxou-me o ombro; olhou-me de esguelha com um olhar astuto. 'O barco estava cheio deles, sabe, e nós tivemos de fugir no 'maior dos segredos', sussurrou ele com uma extrema rapidez. 'Eram todos cor-de-rosa. Todos cor-de-rosa - grandes como mastins, com um olho no cimo da cabeça e garras à volta da boca, horrível. Uf Uf!' Espasmos violentos como os provocados por choques eléctricos puseram à mostra, sob a coberta esticada, os contornos de umas pernas magras agitadas; largou o meu ombro e estendeu a mão para qualquer coisa no ar; o seu corpo tremia, tenso, como uma corda de harpa a vibrar, solta; e enquanto eu o olhava de cima, o horror fantasmagórico oculto nele manifestou-se através dos olhos vítreos.
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