Lord Jim - Cap. 7: Capítulo VI Pág. 68 / 434

«o senhor é um velho rufião, senhor... hã... Jones; e, o que mais é, conhecido como um velho rufião mesmo no serviço», guinchou ele. Os malditos dos criados andavam por ali à escuta com a boca escancarada. «Pode ser que eu seja um caso difícil» respondi-lhe, mas não desci tão baixo que possa suportar vê-lo sentar-se no lugar do capitão Brierly.» Dito isto, pousei o garfo e a faca. «O que o senhor queria era sentar-se nele. Aí é que lhe aperta o calo», zombou ele. Deixei o salão, juntei os meus trapos e achei-me no cais com toda a minha bagagem aos pés antes de os estivadores terem voltado. Sim, à deriva, em terra firme - depois de dez anos de serviço -, e com uma pobre mulher e quatro filhos, a seis mil milhas de distância à espera do meu meio soldo para meterem um bocado de pão na boca. Sim, senhor! Preferi mandar tudo passear a ter de ouvir insultar o capitão Brierly. Deixou-me seu binóculo de noite - aqui está ele; pediu-me que tomasse conta do cão - aqui está ele também. Vem cá, Rouer, pobre bicho. Onde está o capitão, Rover?' O cão levantou a cabeça para nós com uns olhos laços, melancólicos, deu um latido triste e rastejou para debaixo da mesa.

«Esta cena passava-se dois anos depois dos acontecimentos, a bordo dessa ruína flutuante, o Fire-Queen, de que este Jones fora nomeado comandante - também por um estranho caso em substituição do velho Matherson - o Matherson maluco, como todos lhe chamavam -, o mesmo que costumava residir em Haiphong antes da ocupação. O velho amigo sentia cócegas no nariz...

«'Ai o capitão Brierly será lembrado aqui, se o não for em mais nenhuma desfile do mundo. Escrevi a contar tudo por extenso ao pai e não recebi uma só palavra em resposta - nem obrigado, nem vai para o Diabo que te carregue.





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